sexta-feira, fevereiro 08, 2008

daimon

de tantas muitas existe uma voz em mim adormecida que fala quando todas vozes estão roucas de gritar e eu não ouvir. que fala enquanto eu insisto em sonhar, e não dormir. que me engana enquanto conta verdades misturadas ao que lembro, sempre mentiras. essa voz adormecida que me diz que não existe espaço pra espera, mas que sentar e cruzar os braços é tão bom quanto sair pelo mundo e respirar o ar da vida. essa voz que diz que o amor é um demônio que se conjura à um, mas que se exorcisa à dois. a voz que fala de mim como se me visse de longe, mas que está tão dentro de mim que sou eu, vendo alguém que não conheço tão de perto. uma voz que não esquece pois é memória viva, gritando enquanto não ouço, dormindo enquanto eu sonho.

e de nada adianta acordar ou atentar, o que ela fala é um eco em silêncio.