quarta-feira, abril 30, 2003

discutindo sobre a detestabilidade dos blogs descubro que realmente, a linguagem é o carrasco mortal dos coitados.
eu sempre tive a preocupação com a linguagem que eu usaria aqui. a linguagem é tudo. o léxico. o fléxico. et cetera.
a linguagem é tudo para blogs. a linguagem é tudo para tudo. tudo tem a sua linguagem. se você mistura, então baby, corra seus riscos e tenha suas desaventuranças.
eu entrei em contato com muitas coisas sem sua devida linguagem. e esse é um mal do século (além do sars, da inevitabilidade do esquecimento eterno e dos famosos instantâneos de morte rápida). e isso realmente torna um blog detestável (assim como torna a própria vida, se a vida é o que você quer conversar sobre), sejam eles os pollyanas, tristes na sua felicidade idiota e fútil, sejam eles os blogs “filosóficos” que inscrevem sua presença no rol dos abnegados idiotas, sejam eles apenas os blogs mal-escritos. mau-escritos. escritos porcamente. como se fossem algo que eles não são. eu falo das pessoas que escrevem como se falassem comigo, mesmo sem nunca ter me visto. dos blogs que usam logs de conversas de mirc que não foram comigo. dos blogs que escrevem como um artigo científico não-científico e não-artigo e não-nada. só um chato texto prepotente e arrogante.

e a linguagem da arrogância e da prepotência também arranca risos e lágrimas. essa linguagem é a linguagem de todos nós, centrados nos nossos umbiguismos. mesmo que não sejamos arrogantes e prepotentes. nossos umbiguismos e nossos subjetivismos catatônicos e/ou inertes numa malemolência digna de um Caymmi cansado, velho de guerra.

a detestabilidade dos blogs está aí. no corpo do próprio texto que o encerra. nas trocentas e poucas palavras que você acabou de ler e nas trocentas e poucas palavras seguintes. na “alma” das palavras. no formato. na linguagem. por isso, odeiem seus blogs. odeiem como odeiam a própria vida sem uma linguagem própria. odeiem como odeiam a língua trocada e misturada de um russo tentando falar iídiche aprendido de um baiano de Itabuna. ou não.

adorem como uma língua nova dentro da sua boca (ou como a língua já conhecida e adorada e venerada como uma deusa úmida e quente). adorem como uma palavra nova que você aprende e tenta usa-la logo. como quando aprendendo a escrever.

a detestabilidade dos blogs está na linguagem, é vero.
mas qual linguagem? certamente, na errada.


domingo, abril 27, 2003



Um blog meigo. Um portifólio online de um dos artistas mais fofinhos e charmosos da internet. Obras realmente bonitas.

É o Moidsch.
Vício. Vício. Vício.

Arranjei um novo vício, que não me deixa mais em paz nas minhas madrugadas sonolentas na internet: iSketch
Funciona como o Imagem & Ação, só que é online e você desafia companheiros espalhados pelo globo. Alto fator viciante.

Não consigo mais fazer coisa alguma na internet.
Resolvi dar cabo à portentosa barba que ostentava em minha digníssima face.

Acho que faltava alguma coisa em mim pra que aquela densa barba combinasse.

sexta-feira, abril 25, 2003

Rafa de cú é rola

Alguém assistiu o Jornal da MTV hoje? O que foi aquilo?
Pra quem não teve o prazer de assistir, hoje (ou ontem) o jornal da MTV terminou sua edição diária com uma apresentação do clipe Karma Police. Até aí tudo ótimo, Radiohead é bom até mesmo na MTV. Mas eis que Edgard fala: "Agora fiquem com o Rafa fazendo uma interpretação do clipe". Pronto. O mundo ruiu.

Esse ser abjeto que atende pelo nome de Rafael Lossa então aparece no vídeo, e fica andando de um lado para outro, como um mamulengo destranbelhado e inventa de recitar uma poesia (que no mínimo ele quem fez) "interpretando" cada vez que Thom Yorke cantava.

Me deu vontade de ir na MTV, arrancar aquele magrelo sem-vergonha e quebrar cada osso dele com gosto, sentir cada vértebra, cada cartilagem, cada órgão sendo destruido impunemente pelas minhas mãos.

O que é aquilo?! A MTV anda piorando há muito tempo, mas nesse concurso de caça-vjs eles se superaram. Como podem ter escolhido o Rafael pra ser VJ?! Numa casa que já hospedou Fábio Massari, Gastão Moreira, Cazé Peçanha....Ele é simplesmente uma vergonha. E acho que os vjs mais sérios acabam concordando comigo.

"E agora. Vocês. Vão. ver. um. clipe. de. uma. banda. tal. que. é. mhmmhm. nhmnm. (grunhidos initeligíveis). e. vai. passar. aqui. tal. na.......................mtv. rodaí."(Rafael Lossa, num dia inspirado)

Uma criatura que mal consegue articular uma frase com mais de duas palavras, que parece um espantalho raquítico tendo um ataque epilético, que não consegue falar o nome de nenhuma música ou artista internacional direito, e que tem aquela cara de retardado não devia estar na televisão. Aquilo é um acinte. Um filhinho de papai burro, feio e idiota.

Junte-se a campanha: RAFAEL, NÃO!

Mais um blog legal adicionado à minha já grandinha lista de links.
É o blog da Mariana de Campo Grande, que, além de bonito, é um blog intimista. Leia o (indie)ossincrasias .


Ah! E só pra lembrar: um dos blogs mais legais que eu adicionei aqui acabou passando em branco. É o Mau_Humor. Charges ácidas e deliciosamente engraçadas. Vale MUITO a pena ler.

segunda-feira, abril 21, 2003

E pra coroar o final do meu jejum de 4 dias, nada como uma pizza.


(não, eu não estava sem comer por regime)
Asceta.

O ascetismo agora não me parece mais tão absurdo levando-se em consideração que as únicas coisas sólidas que entraram em minha boca no Sábado de Aleluia foram a minha escova de dente, e um copo ocasionalmente.


sexta-feira, abril 18, 2003

[15:06] DaftRaph: Tudo bom com vocês?
[15:07] Amelie: td
[15:07] Amelie: e contigo?
[15:09] DaftRaph: Tou sozinho em casa, minha namorada fora da cidade, tou sem comer uma refeição decente desde quarta e tou lendo sobre Schopenhauer. Façam o balanço.


Adoro semana santa.

quinta-feira, abril 17, 2003

Ah! Só pra constar: as convenções sociais são uma bosta do caralho.


...e Aline: os ignorados unidos jamais serão vencidos.
A Incrível Alma Benevolente de Raphael Silva Nascimento.

Hoje fiz minha cota de boa ação do dia. Cheguei de madrugada e o vigia me acompanhou até a porta de casa. Chego na cozinha e lá está um McDuplo me esperando com Coca-Cola.

O vigia parecia precisar mais daquilo do que eu.

(E eu também não como McDonalds, né?)
Meu dia de Floquete

Essa segunda-feira passei por um dos momentos mais cruciais na vida de uma grande parcela da população feminina. Encarei o sofrimento com a resignação que um grande macho como eu tem. Coisa para poucos...
Enfrentei um aliado, mas ao mesmo tempo, um perigoso inimigo das fêmeas. E com a audácia que me é característica, juntamente com os grandes e altivos colhões que possuo, fui de peito aberto para o embate final: Fiz escova e chapinha no cabelo.

...apenas para fins antropológicos.

Infiltrei-me no covil do inimigo, peitei a dor de queimaduras na testa e arquei com a trabalhosa e, porque não hercúlea tarefa de manter minhas madeixas secas como a moleira de um beduíno.

Como mido 1,85 de altura, e estou com a pança meia crescida, tive de arranjar um meio de me infiltrar sem ser notado. Arranjei o melhor disfarce possível. Glitter laranja nos olhos, lápis, estrelinhas coloridas na barba, testa e bochechas. Tudo com o já manjado disfarce-padrão: gravata roxa com rosa e jaqueta de tecido brilhante. E daí fui pra festa de Aline, tudo nos conformes.

Bem, agora compreendo como é ser uma mulher com M e com escova e chapinha. Me sentia uma diva, tinha poder em meus cabelos, tinha força. Meu cabelo estava TUDO. Até o momento da frustação. O suor que escorria da minha testa, como lágrimas de um deus perverso, destruiu tudo o que foi construído em mais de uma hora de secador, escova, e prancha de ferro. Meu cabelo virou um LIXO.

Deve ser a maior frustração que uma mulher pode passar...seguida de um aborto espontâneo e a perda do útero. Agora entendo as mulheres que passam dias tomando banho-tcheco, as mulheres que correm desvairadas de uma chuvinha qualquer, as mulheres que passam festas inteiras com seus pescoços inflexíveis e inertes, as mulheres que não saem se o clima tiver úmido. Eu entendo todas.

Eu sou menos sem minha chapinha.






...E agora Lígia, eu posso?




quarta-feira, abril 16, 2003

sábado, abril 12, 2003

Enfim...E agora?




fotos retiradas do site http://www.robert-fisk.com/iraqwarvictims_mar2003.htm. desaconselho olhar as fotos, pois a maioria são de pessoas mutiladas ou de destruição. mas entre uma e outra você encontra fotos como estas.

sexta-feira, abril 11, 2003

as vezes você só precisa de uma hora de completo silêncio pra entender milhares de coisas.

quarta-feira, abril 09, 2003

eu sinto minhas veias. eu sinto os meus pés formigando.

e é justamente por sentir tudo isso que cada vez mais eu sinto menos.
eu sinto menos falta. eu sinto menos dor. e é bom que eu sinta menos fome, comecei um regime de médias calorias.

eu sinto o incomodo de estar acordado por mais tempo que eu deveria

nunca mais eu sonhei, nunca mais eu dormi direito.
isso é coisa das férias, que eu nunca descanso, nunca me divirto (muito, como gostaria) e nunca saio ileso.

eu sinto cada pêlo. cada vértebra. cada migalha de pão em minha barba.

e eu sempre tenho planos pras férias. ao contrario da maioria esmagadora da nação, que trata as férias como o período da sua vida que você vive sem regras, planos, rotina ou esquemas, eu faço planos pras férias. e são exatamente como os planos pra fim de ano: eu nunca cumpro.

eu sempre digo que vou ao médico nas férias. quem me conhece sabe que devido a minha vida de luxuria e de excessos eu sofro bastante durante o ano de dores, mal-estar, quedas, tombos e danos. e sempre prometo que vou ao médico. meu joelho até hoje espera um fisioterapeuta.

mas eu fui pro médico.

eu sempre digo que vou ler livros nas férias. férias passadas eu ia todos os dias pra internet e saia pra ficar conversando até horas claras. fiquei bêbado, falei besteiras. patético e típico.

mas eu li um livro. crime e castigo, de dostoievski. e comecei outro. a história do anti-semitismo, de fontette.

eu sinto falta de ser eu mesmo quando eu quero ser eu mesmo

eu queria muito ser sincero. mas as vezes a sinceridade é a pior opção. então eu sou menos sincero. mesmo assim eu não minto. eu omito. eu escondo. eu camuflo. eu tenho o meu jeito. e pode acreditar, é o melhor que eu posso fazer.

eu sinto falta de

como sempre. censura.

Enquanto o m a l a m i k g i parece ter se afundado no limbo,
Márcio nos presenteia com mais um novo blog, que aliás, é uma covardia de chamar de blog. O rapaz é muito talentoso. Confiram aqui.

Ah! E eu tinha esquecido, mas confiram aqui também e fiquem com inveja até o fundo da alma.

terça-feira, abril 08, 2003

sábado, abril 05, 2003

Crime e Castigo

Finalmente acabei de ler Crime e Castigo. É realmente um ótimo livro, mas não me angustiou a ponto de sonhar como Raskolnikóv, né Ian?

quinta-feira, abril 03, 2003

Este resumo não está disponível. Clique aqui para ver a postagem.
Mudanças...

Pra quem não notou, tem mudanças no template.
E adicionei algumas pessoas na seção "blogs amigos".
O Fernando, a Lígia e a Mônica.

E mais algumas nos blogs que eu leio.

Em breve mais novidades...
Discoteca Cheia

Eu comprei vários disquinhos pela net e chegaram essa semana. Mas bem, a melhor coisa que me chegou na net essa semana foi a versão não-masterizada do Hail To The Thief, então eu falo dos outros disquinhos depois.

Hail To The Internet

Pois então. Eu não aguentei esperar mais três meses. Eu sou um fraco.
Mas pelo menos um fraco feliz pra caralho. Esse disco é uma obra-prima, genial, brilhante, incrível, impressionante. E agora que o sêu Nigel Godrich disse que é uma versão não-masterizada, com algumas faixas ainda incompletas, eu tenho ainda mais angústia pelo lançamento oficial do disco. Quero capinhas também, né sêu Stanley?

Hail To The Radiohead

As músicas estão muito boas. Ouso até dizer que estão num nível superior ao OK Computer. Tá, joguem pedras, mas escutem o disco antes. E as faixas:

01. 2+2=5 Uma grande faixa. Puro rock'n'roll em quase 5 minutos de música. Com 4 partes diferentes, é a mais nova queridinha minha.
02. Sit Down. Stand Up Mais uma faixa eletrônica, com vocais inspirados (a letra nem tanto) e quase um mantra esquizofrênico.
03. Sail To The Moon Das minhas músicas favoritas de todos os tempos do Radiohead (coisa que tem muito nesse disco hehe) uma das coisas mais lindas que eles já fizeram, guitarras docinhas, pianinho tristinho, e Thom cantando como nunca. Definitiva.
04. Backdrifts Uma dançante, pra bombar nas discotecas do Brasil.
05. Go To Sleep Mais uma prova de que dessa vez, Thom Yorke parece que se deu conta que letrinhas que fazem sentido (pouco pelo menos) ao invés de frases desconexas fazem uma GRANDE diferença. Musica quebrada, segura, baladona. Muito boazona também.
06. Where I End And You Begin Pô, já deu pra sacar que esse disco é pop pra caralho? Guitarras, uma linha de baixo estupenda, vocais CANTADOS! Tá certo que tem sua dose de loucura nos elementos de sintetizadores...Mas ainda sim, é pop e é boa pra caralho.
07. We Suck Young Blood Segundo Thom, uma música de terror. Sobre Hollywood. Piano macabro. Palminhas sinistras. Efeito Apocalipse. Outra das minhas favoritas.
08. The Gloaming Tá bom, essa é estranha e eletrônica. Mas vocês meio que esperavam pelo menos uma faixa assim né? Ainda assim, não deixa de ser boa (e audível).
09. There There Uma música meio arabesca, rifada e cheia de suingue...errr...NÃO É PLAGIO DE KHALED! Droga...Just cuz you feel it, doesnt mean its there, damnit!
10. I Will Já tava na hora deles gravarem essa música. Porra, uma música tão bonita, por que deixar de fora de um disco todos esse anos? Essa foi a música da qual a base foi utilizada em reverso em Like Spinnin Plates.
11. Punch Up At A Wedding Mais uma música com uma letra inspirada. Cheia de batidas secas mas firmes e um refrão belíssimo, é mais uma inspiradíssima.
12. Myxamatosis "Do caralho". É o melhor jeito de descrever essa música. Um rockão certeiro, guitarras pesadas, secas, sujas e distorcidas. Efeitos de voz que dão certo. Riffs e bateria quase enlouquecidos. Do caralho.
13. Scatterbrain Uma grande música, quase um sambão lento misturado com trilha sonora de terror e lounge music. Riffs bonitinhos de guitarras, refrão...Tem tudo lá.
14. A Wolf At The Door y0! Outra das queridinhas, é quase um rap do Thom Yorke. Tá, esculhambei de começo, mas a música é realmente muito boa, linda de morrer. Com um refrão lindo de morrer. E um arranjo lindo de morrer. Fodássa.

Pô, realmente eles fizeram um grande 3-minute-rock-song-album, e não vai decepcionar ninguém com esse disco. Pelo contrário, vai surpreender todo mundo com tanta música boa. Salve, salve a Internet.
The Big One

Hoje assisti ao The Big One, um documentário do Michael Moore no qual ele viaja pelos Estados Unidos na turnê de seu livro "Downsize This!" e aproveita pra azucrinar a cabeça dos grandes CEOs e dos seguranças de empresas que demitiram milhares de pessoas, apesar do lucro...

...E descobri algo que me deixou aliviado. Sabem, meu Windows XP - Profissional Edition é falsificado. Eu sei, me culpo todos os dias por não ir de acordo com a lei. Mas eu descobri que a Microsoft empacota os softwares deles utilizado mão-de-obra "contratada" nos presídios, pagando menos da metade do que eles pagariam fora da prisão. Bem, se eles utilizam trabalho semi-escravo, eu posso boicotar eles sem dor na consciência.

quarta-feira, abril 02, 2003

Fazenda de Tortura de Animais Boa Luz

Eu não queria deixar passar em branco a tristeza que foi visitar a Fazenda Boa Luz. Pois bem, tem já uma semana, mas lá vai:

NÃO VISITEM A FAZENDA BOA LUZ. ELES MALTRATAM ANIMAIS.

É. Foi triste ver eles baterem num burrinho com uma espora e dando tapas só porque o "adestrador" queria que ele fizesse algo que ele não queria. Foi triste ver um cavalo já completamente exaurido de todas as suas forças ter que carregar uma charrete com cinco pessoas e quando parava pra pegar um arzinho (já completamente exausto) apanhava do condutor. E bem, foi triste ver que o único animal que eles tratavam bem eram as moscas, que tinham a comida do buffet completamente descoberta e disponível pra comer.

E isso sem contar que só quem vai pra Boa Luz é peão, tabaréu, caipira e gente sem um pingo de bom gosto.