sexta-feira, fevereiro 27, 2004

queria ter eu a solidez de uma massa qualquer de uma coisa sólida e pura. mas assim como small flowers breaks concrete, eu t

queria ter eu a solidez de uma massa qualquer de uma coisa sólida e pura. mas assim como small flowers breaks concrete, eu tou aqui sendo minado por essa solidão tão pequena e tão mesquinha e tão sem necessidade. como uma florzinha feia e pequena e mesquinha e sem necessidade que abre um rasgo na calçada como se fosse alguma coisa contra todos os maravilhosos avanços da engenharia moderna.

como se servisse erguer qualquer muro, fortificação ou qualquer fortaleza que o proteja do mundo. ou o proteja da vida.minas tirith que o diga.

mas como a arvorezinha besta e mole que pouco à pouco, ao passar dos anos foi destruindo a instalação hidráulica de minha casa (fato), ao passar dos dias essa coisinha miúda fica me destruindo. e olha que eu já parei com meus surtos psicóticos auto-destrutivos e com o meu bisexualismo maníaco que tanto me valeram nos dias anteriores ao carnaval.

e além da solidão tem uma coisinha boa que me enternece no frio desse concreto todo. small flowers breaks concrete. e essa florzinha bonita vem talhando (ó que felicidade encontrar essa palavra!) uma imagem boa e dolorosa na minha vida. boa por si só, mas dolorosa nas circunstâncias que à circulam.

tá lá, tão longe. já dizia a letra de uma música que um dia virá a existir, mas tá lá. eu sei muito bem onde. só que, (o momento mas, o grande turn off de todas as ocasiões) ainda assim tão longe.

ah, é não necessário isso tudo.

quarta-feira, fevereiro 25, 2004

=* [] {}

tá, eu fodi meu joelho, tenho que voltar na quarta (sendo que ia voltar no domingo que vem) e toda a dor e todo o transtorno que foi esse carnaval.

mas num é que foi o carnaval mais feliz que eu me lembro de ter tido?

pra me tirar da fossa por completo e enterrar o bode que já me enchia há tempos. que esse sorriso besta na cara não se dilua nas 9 horas de viagem de volta (é, o meu motorista é mais lento que o seu) e nos exames que terei que fazer no joelho. e porra, tou até animado! e isso não seria nada normal pra alguem na minha situação. tá bom que eu disse que todo carnaval tem seu fim. é verdade, mas quem disse que necessariamente precisa ser um final triste?

é talú, tudo isso é por causa de tu.

segunda-feira, fevereiro 23, 2004

Boletin Carnaval 2004:

Issaí moçada, game over pra mim. Acabo de retornar do incrível Hospital Unimed Recife II com alguns kilos - de gesso - a mais no corpo, e dores patelares intensas. Desloquei o joelho? Rompi os ligamentos? Fissurei algum tendão? Isso só saberemos em Aracaju, quando eu fizer minha tão esperada ressonância.

Eu tenho que reportá-los da minha visita ao hospital Unimed Recife II, porque foi uma experiência única. Além de ter sido literalmente chutado por uma médica (advinhem onde? acertou quem disse na perna doente!) que passeava pelo corredor logo quando chego, presenciei ali coisas só vistas talvez no Without Notion Memorial Hospital. Primeiro que ao ser atendido, logo após o chute (que, é claro, doeu demais) tive que ter meu joelho retorcido de maneiras mil, um procedimento ortopédico até que esperado, mas que foi de certa forma traumático (e olha que coincidência, o médico era um conterrâneo sergipano, pra ser mais específico, de Propriá). Depois, rumo direto para o Raio-X.

Mas peraí, uma janela de vidro na sala de raio-x? Não, peraí, porque a porta da sala de raio-x é uma porta normal, e pior ainda, porque ela está ENTREABERTA? Eram essas as perguntas que me vieram a mente quando adentrei o recinto. Pelo jeito eles talvez nunca tenham ouvido falar em radiação, em seus males e em como a proteção plúmbica consegue conter esses perigos. Não bastava eu ter que receber toda essa descarga cancerígena, parece que todos os presentes no primeiro andar da ala deveriam ter sua dose também.

Depois dessa experiência um tanto heterodoxa, fui para a saleta de recuperação esperar por minha tala (a enfermeira responsável estava ocupada com um cara literalmente todo fudido. o cara parecia uma múmia) e bem, nessa saleta acho que já adquiri uma boa parcela de todas as doenças que desenvolverei nos próximos 20 anos. Não bastava uma das enfermeiras estar tossindo, tinha ainda um senhor que passou o tempo todo pigarreando com uma vazão foz-iguaçuana, tossindo, escarrando e fazendo outros sons bizarros com seu aparelho respiratório.

Ainda teve mais uns detalhezinhos bizarros, mas que serão deixados de lado já que não me aguento mais sentado. Vou descansar meu gessinho ali, pessoal.

Pois é, tem que rir, já que era nesse carnaval que eu estava procurando deixar de lado toda a merda que minha vida estava sendo. Era esse carnaval que eu queria brincar de ser feliz. Mas bem, todo carnaval tem seu fim. Uma pena quando ele vem antes da quarta-feira de cinzas.

um joelho arrombado incomoda muita gente, dois joelhos arrombados incomodam incomodam muito mais

e então, notícias quentíssimas de carnaval: torci o meu joelho direito.
isso mesmo! o único joelho bom que eu tinha!

graças à glória sempre iluminada de Patrick, agora nesse momento tenho uma bola de futebol americano entre minha canela e minha coxa. ah! e doi? sim! e muito!

agora é dormir e ir no hospital fazer uma ressonância pra ver se não rompi nenhum ligamento. mas desde já adianto: meu carnaval acabou!

\o/

é isso.

quarta-feira, fevereiro 18, 2004

enquanto meu computador agoniza em casa eu terei que deixar um pouco de lado o blog. tomara que ele não morra mais uma vez. mandinga pesada será feita.

enquanto isso eu me deleito com os prazeres do bisexualismo e hoje tem pasto, derrota e frescobol extremo. logo mais as notícias que virão aqui serão de Recife, onde planejo ser sequestrado por uma olindense raíz cheia do original surf style.

hasta luego e bonne chance per me.

sexta-feira, fevereiro 13, 2004

Entro las Piñones y la ola es pequena,
- Vamos para la luna caribe?

Besando chichando con surfer rosa:
-Se fue su madera! Oh my golly!

Rosa oh Rosa,

Yo soy playero pero no hay playa, bien perdida la surfer rosa:

- La vida total es un porqueria porqueria, esto no es mas, que vida!

Rosa oh, Rosa...

terça-feira, fevereiro 10, 2004

- eu zou inveliz e esdou bêbado.
- porra, e você me acorda pra dizer isso?

ah! ninguém entende o meu senso de humor.


sexta-feira, fevereiro 06, 2004

putaqueopariudecócoras!

bateu o frenzy aqui e eu devorei o resto das três irmãs. calma, não antropofagicocitei (huh?!) ninguém, apenas decidi que era hora de acabar o livro mais mau lido da minha história de mal leitor de livros. mas foda-se, ler peças não é pra mim, prefiro vê-las montadas e encenadas.

ficaram algumas coisas. como o verchinin dizendo que a felicidade não existe (reveja o blog) e me contando que tchita não é apenas um território de war. ou o kulyguin me ensinando que na polônia, amor é kochoné. ou a chata da macha (que é um nome carinhoso pra Maria, imagina) reclamando que "quando apenas pegamos migalhas de felicidade, apenas os restos, e os perdemos logo, (...) pouco a pouco vamos nos tornando duros e maus... fica fervendo aqui dentro" - oquei macha, oquei. duros e maus, i copy that.

vai verchinin, eu te deixo falar:

-"a vida é pesada para se carregar. muitos entre nós a consideram silenciosa e desesperada e no entanto devemos confessar que ela se torna dia a dia mais luminosa, mais fácil e tudo nos faz crer que não está longe o tempo em que ela se iluminará inteiramente"

tá, é bom dizer que esse condenado do verchinin provavelmente morreu na guerra.

e tanto fogo queimando a cidade depois, e tante gente indo embora, e o barão morrendo, e depois de tanto "tudo tá se acabando meu filho" ainda terminam o livro com o puto do tchebutykin mandando um "que importância tem tudo isso?"

eu te digo, não tem importância nenhuma. e olga se intromete e fecha com "ah! se pudéssemos saber, se pudéssemos saber!..." e cai o pano.

ah, solioni..."Il n'avait pas poussé un cri, que l'ours était asis sur lui..."

l'ours était asis sur moi aussi (e foda-se se seu francês é melhor do que o meu)
A negação de uma força superior, o seu exceso - racional - explicativo faz com que a sua vida seja fundamentada somente nos livros que você já lê (e já leu)... . Parece que nem assim você consegue ser feliz.
The Watcher | 02.04.04 - 1:45 pm |

e respondendo ao comentário do meu último post:

a negação de uma força superior parte apenas de uma simples constatação de que nada pode ser superior ao que você mesmo pode inventar. forças misteriosas e arquitetos celestiais se encontram nessa categoria. o mundo só existe dentro de você, e se você quer criar coisas superiores, forças superiores ou seja lá o que para poder viver, está ok. bem, pelo menos pra você.

a minha vida se fundamenta nas coisas que eu vivo. e deveria ser assim com todos. porque seja do lado racional da vida (praqueles se que baseiam lendo seus livrinhos de fisica) ou do lado ficcional da vida (praqueles que se baseiam lendo a bíblia e outras historinhas da carochinha) a vida nada mais é que uma delimitaçào do que elas conseguem interpretar do que querem ler.

quem vive se fundamentando em livros são infelizes porque nunca encontraram a sua felicidade, mas a felicidade que querem pra você.

não é que eu não consiga ser feliz. eu consigo. mas apenas passo por momentos de dificuldade, como qualquer pessoa que viva. e eu superarei não pelos meus livros ou pelas forças superiores que você acredita, mas sim porque eu vivo minha vida com confiança de que as coisas nunca são estáticas. ou não, né?

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o comentário foi feito aqui apenas porque o HaloScan não aceita mais de 1000 caracteres e eu não quis quebrar o comentário em dois. não esta a altura de um post, já que nem pensei muito sobre isso ao escrever. mas é um tema muito caro a mim - sobre fé e minha relação com a religiosidade humana - e talvez eu retome esse assunto mais tarde. claro que pensando bem mais e fazendo um texto mais bem escrito do que essa porcaria.

terça-feira, fevereiro 03, 2004

ó vida, ó ceus... ou meu querido diarinho


é só um vazio que anda me atacando. porque até que tentar eu tento.

o post passado, por exemplo, foi uma tentativa de mais de quatro dias. fazendo e salvando em draft. até a desistência que me fez terminar como estava (apenas para depois achar tantas outras coisas que eu até poderia ter colocado. e agora o vazio que fica sem ter mais o que por por aqui.

está tudo tão vago nessa vida. tudo tão sem ir nem vir. sem retorno e sem eco.
as coisas paradas no ar, aquela aflição de não ter nada pra se afligir. aquele marasmo virulento que toma conta de cada artéria e veia e circula no seu corpo te deixando mole e sem volição alguma.

nem dá mais vontade de fazer nada quando eu não tenho nada que impeça de fazer alguma coisa. nem vontade de fazer coisa alguma quando tenho coisas pra fazer. não dá vontade de agir nem de permanecer sem ação. por isso o tempo passa e eu fico. é tudo tão desgostoso que fica aquela sensação diária de perda, e ainda mais quando eu ando me encontrando tão sozinho.

e eu lendo aqui o Verchinin me falando que "nós não somos felizes, a felicidade não existe e o máximo que podemos fazer é desejá-la"* e me indago então se é mesmo isso que anda acontecendo comigo. e porque fica aquela saudade do tempo que eu me sentia feliz. porque eu só sei pelas minhas lembranças que eu fui feliz, mas não consigo manter aquela sensação saudosa de ter como sorrir sem se esforçar. e escapando dessa cidade eu acabo encontrando uma felicidade que eu tanto desejei nesses últimos 3 meses para apenas me encontrar agora aqui de volta, preso numa rotina que me sufoca e me tira o ar tão rapidamente...

e eu sinto tanta saudade, porque por um segundo eu vi que podia ser feliz. e eu não consegui lidar com isso e hoje fico me amargurando da hora que acordo até a hora de dormir e infelizmente me arrependendo de coisas que não fiz. que eu me arrependa de coisas que eu faço é normal, mas eu nunca me senti na vida tão covarde e tão fragilizado pra não conseguir fazer uma simples coisas, uma simples ação, cumprir uma simples vontade...e fazer o que eu queria e devia fazer. e fazer duas pessoas felizes. e ter perspectivas. e curtir um momento que às vezes vai para não voltar. e me deixar com um gosto na boca diferente do amargo sabor de estar assim, dia após dia.

e existe tanta coisa que já nem faz diferença pra o que eu passo agora e esse tantão de coisas acaba apenas me entediando, como se já não bastasse o tédio com um T bem grande para mim que já é ficar acordado esperando a hora de dormir. e esqueçam do amor, porque já que amar não é sofrer demais ele já não existe então. o amor morreu. ficou o meu eu vazio. e não dá pra lidar com a vida, pelo menos não por enquanto

o que resta...
vamos ver no que dá tanta espera. pois eu sei que no fim dá em alguma coisa. que seja boa então.



*Tchekov, Anton - As Três Irmãs (pág. 73)