eu sinto minhas veias. eu sinto os meus pés formigando.
e é justamente por sentir tudo isso que cada vez mais eu sinto menos.
eu sinto menos falta. eu sinto menos dor. e é bom que eu sinta menos fome, comecei um regime de médias calorias.
eu sinto o incomodo de estar acordado por mais tempo que eu deveria
nunca mais eu sonhei, nunca mais eu dormi direito.
isso é coisa das férias, que eu nunca descanso, nunca me divirto (muito, como gostaria) e nunca saio ileso.
eu sinto cada pêlo. cada vértebra. cada migalha de pão em minha barba.
e eu sempre tenho planos pras férias. ao contrario da maioria esmagadora da nação, que trata as férias como o período da sua vida que você vive sem regras, planos, rotina ou esquemas, eu faço planos pras férias. e são exatamente como os planos pra fim de ano: eu nunca cumpro.
eu sempre digo que vou ao médico nas férias. quem me conhece sabe que devido a minha vida de luxuria e de excessos eu sofro bastante durante o ano de dores, mal-estar, quedas, tombos e danos. e sempre prometo que vou ao médico. meu joelho até hoje espera um fisioterapeuta.
mas eu fui pro médico.
eu sempre digo que vou ler livros nas férias. férias passadas eu ia todos os dias pra internet e saia pra ficar conversando até horas claras. fiquei bêbado, falei besteiras. patético e típico.
mas eu li um livro. crime e castigo, de dostoievski. e comecei outro. a história do anti-semitismo, de fontette.
eu sinto falta de ser eu mesmo quando eu quero ser eu mesmo
eu queria muito ser sincero. mas as vezes a sinceridade é a pior opção. então eu sou menos sincero. mesmo assim eu não minto. eu omito. eu escondo. eu camuflo. eu tenho o meu jeito. e pode acreditar, é o melhor que eu posso fazer.
eu sinto falta de
como sempre. censura.
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