quinta-feira, dezembro 11, 2008

como a juba de um leão


a gente constrói coisas e monumentos e edifícios dos mais altos e mais altos e alcança o céu e cobre o céu de cinza e esconde o céu com edifícios e monumentos e então o que é bonito é ter mais e mais e cada construção e cada tijolo e cada pedaço de coisa de cimento e cal e pedra e mármore de carrara, cada pedaço de edifício e de monumento, cada coisa que a gente constrói pra encobrir o céu, cada uma delas não vale um fôlego de vento. uma mão molhada no rio. o sol quente nas costas. uma folha de qualquer planta verde. você, você, você. um beijo e um eu te amo.

quero um coração no rio, um coração no mar, um coração em qualquer massa de água ou lençól freático, e quero que tudo desague em você.

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