é inevitável. a estrada é caminho mas pra mim e o olho abrindo devagar de manhã e a luz desafiando einstein e entrando lenta nos meus olhos. as paisagens não existem pois na estrada eu vejo o destino. e sinto o cheiro fraco. o calor diferente. o ar que faz na pele outro sentir. longe ainda tenho nos olhos as imagens que verei. quase chegando tenho na boca os sabores que provarei. e a estrada é passagem e passou.
(há quem olhe pela janela. e já olhei também. quando não havia destino e a própria estrada já se apresentada como o meu onde. a paisagem o largo o vento as placas os sinais marcações e cada entreposto posto e pousada. a estrada já é e foi e será sempre morada. quando o destino não existe)
é inevitável. o destino é um muro. ou um fosso. ou um fim. um precipício. os espaços entre o é e o será. sendo que o será é um muro. um fosso. um fim. um precipício. e onde está a paisagem se já vejo o destino-muro? já sinto o cheiro fraco do fundo? o calor e o frio do fim? a ventania que sobe das profundezas e traz na pele o leve arrepio que dá em cada pausa entre uma respiração prendida e outra.
a estrada e o muro chegando. o fim. a abandonado o destino - que nunca acolheria - os sinais e marcações. os entrepostos. postos. pousadas. a estrada é a morada. e do acostamento, a vida sempre pedindo carona.
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