Quando em si, as coisas já se bastam...
Hoje talvez foi um dos momentos de maior emoção descarregada que eu já passei na minha vida. Digo aquela emoção forte, carregada pelo quanto que seu peito havia guardado esse tempo todo. Uma paixão. Não no sentido que se usa mais usualmente, mas aquela paixão que é o coração gritando mais alto que sua garganta pode suportar. Hoje talvez a beleza foi maior, apesar de suja, tosca, barbuda, suada. E uma beleza que já não se via em olhos e em sorrisos de lado a lado.
E foi um daqueles shows que já bastam. Daqueles shows que termina e você fala "não preciso de mais nada por hoje, posso ir dormir". E foi quase o que eu fiz, mas se fizesse não estaria aqui dividindo toda essa minha emoção (que apesar de fraca agora, ainda resta um bocadinho).
E não foi "só um show". Foram gritos de emoção verdadeira, de paixão verdadeira e violenta. Gritos apaixonados e rasgados e manchados pelo suor e lágrimas de muitos, talvez. Um momento como poucos onde o retorno fica estampado na cara de cada uma das partes.
E na arte como em muitas coisas, tanto o artista como aquele a quem a arte vai tocar nem sempre saem devidamente satisfeitos e/ou pelo menos felizes. Mas foi no mesmo grito apaixonado (amplificado centenas de vezes) e no sorriso sincero, no gesto banal e no agradecer que se viu que hoje, pelo menos hoje, houve um duplo retorno.
E depois, a inevitável marca que o artista carrega: como se ele fosse maior, mais bonito e mais tudo que os outros 'normais', os 'normais' fazem de tudo por apenas uma palavra, um gesto ou um sorriso. Uma foto talvez. Mesmo se esses seres que alguns colocam em pedestais são tão eu e você como eu e você somos. E a inseguravel alegria eterna-enquanto-dure toma conta dos bobos apaixonados gritões bobões.
Não foi um simples show. Foi um show dos Los Hermanos.
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