sexta-feira, abril 29, 2005


overwhelmingly delicious

a MELHOR descoberta dos últimos tempos está aqui. ainda arrumo nos meus links a sessão de comics. aliás, ainda mudo o template desse blog um dia.

quinta-feira, abril 28, 2005



não estranhem o período de calmaria no meu blog, não é um mau presságio. geralmente quando me acalmo não fico no ponto certo de angústia para escrever, porque eu escrevo movido à isso, basicamente. vide os posts passados. tou na VIBE SUSSA, numa NICE.

vou é curtir um bronze com meu rayito de sol.

sábado, abril 23, 2005



para você-sabe-quem sobre você-sabe-o-que

houve a história de um homem que ao chegar em casa depois de um cansativo dia do trabalho deu de cara com uma enorme árvore bem no meio de sua quitinete. depois do grande choque inicial, tentou entrar pela já apertada sala e ver como aquilo tinha parado ali. era o terceiro andar, impossível alguma árvore nascer ali. procurou alguém, poderia ser uma piada, mas quem iria fazer uma dessas com ele? não conhecia ninguém capaz disso ou que quisesse ao menos se dar ao trabalho, e caralho, era uma puta de uma árvore. um baobá enorme, tão frondoso quanto um baobá conseguiria ser no teto baixo daquele apartamente, o tronco como se estivesse grávido de dezenas de outros baobás, as raízes rasgando o chão, fincadas como que magicamente em sua sala e ainda estragando o tapete . sentiu-se como no asteróide B 612, e ele, o pequeno grande príncipe, soberano único e maior daquela quitinete, sentiu-se como num golpe de estado, o que fazia aquele baobá gigante atravancando o caminho? o baobá relinchava, grunhia, grasnava em sua cara a incompleta incapacidade dele de sequer compreender aquilo, quanto mais tomar alguma decisão. não tinha decidido o que fazer nem com quadro na parede, última lembrança de amanda, o que dizer de uma porra de uma árvore gigante tomando mais de 60% de seu reino? acendeu um cigarro e ficou olhando aquilo. não podia ser verdade, então ele relaxava mais. conseguiu abrir caminho até seu quarto e dormiu. acordou e ela ainda estava lá. era verdade? talvez não tivesse acordado ainda. resolveu fumar outro cigarro, abriu caminho até o sofá, espremido agora pelo baobá e sentou para pensar o que iria fazer. perdeu a hora do trabalho e resolveu então dormir no sofá. acordou com o corpo coberto de folhas, sentiu-se afrontado pela árvore, conseguiu se esqueirar até a saída do apartamento e resolveu comprar um machado, iria por fim naquele acinte. no segundo lance de escadas parou. estava intrigado, como assim uma árvore? voltou ao apartamento, ainda estava lá, grávida, enorme, rindo. acendeu um cigarro, desistiu de ir até o quarto, desistiu de ir até o sofá, deitou encostado no tronco da árvore, deu alguns tragos no cigarro e começou a pensar. acabou dormindo. acordou tarde, tinha sido o melhor sono de sua vida, o formato de seu corpo desenhado nas folhas secas que haviam caído pela noite. puta que o pariu, uma árvore! ele tinha um tremendo baobá, ele, o grande príncipe do seu asteróide B 612, ele. faltou mais um dia de trabalho, acendeu mais um cigarro e adormeceu logo.

no outro dia acordou e foi trabalhar, devia ter sido demitido, é óbvio, mas pelo menos com a árvore ele já estava acostumado.

quinta-feira, abril 21, 2005



jogos de se jogar esperando


chegou esbaforido, correra desde duas quadras atrás, mesmo sabendo, achando, sentindo que o trem ainda não chegara. olhara o horizonte, nenhum sinal. acalmou-se, corrigiu a postura, arrumou o terno, cheirou as flores. sentou-se. seriam algumas horas até que ele chegasse, pensou. procurou uma posição mais confortável abriu um livro de bolso. era algo sobre espera. "apropriado", sorriu de lado. começou a ler, até que cansou. nenhum sinal de chegada, nenhuma fumaça no horizonte. tirou o casaco do terno, fazia bastante calor. via o pouco movimento, pessoas e suas vidas atrás delas. algumas apressadas, algumas mais apressadas. nenhuma parada. uma senhora com um cachorro, uma garota e seu namorado de mãos dadas - suspirou - quase correndo, um executivo, um banqueiro, um encanador, um agiota - como sabia? inferia ou inventava: mais um jogo de se jogar esperando. as pálpebras pesavam num sono leve, pensou em recostar a cabeça, mas o trem podia chegar. nenhum sinal de chegada, nenhuma fumaça no horizonte, nem além disso. reclinou-se no banco, fechou os olhos. abria a cada cinco minutos, tinha o sono muito leve, e sabia que caso o trem chegasse à algumas centenas de metros o próprio barulho do trem o acordaria, mas sentia a cada cinco minutos que o trem já havia passado há dez minutos atrás, e acordava ansioso, nervoso com a perda. e dormia de novo tranquilo de não ver nenhum sinal do trem, nenhuma fumaça, nenhum horizonte. abria os olhos, enxugava o suor do rosto. dormia. abria os olhos ansioso, nenhum trem. a noite chegava. vestia o casaco, sentia frio. as folhes murchavam. o livro acabava, era algo sobre espera - "irônico", sorria ele. dormitava, andava um pouco em volta do banco. tirava o casaco, o suor cobria-lhe o rosto. dormitava, acordava, dormitava, acordava. o livro acabou, algo sobre espera - "coincidência", sorria ele. as flores há muito tornaram-se pedaços secos e sem vida de alguma coisa qualquer. as pessoas passavam, algumas o reconheciam. uma senhora com um cachorro, uma garota e seu namorado de mãos dadas, um executivo, um banqueiro, um encanador, um agiota, um peregrino, um irmão, um primo, um pai, uma mãe - como sabia? o jogo de se jogar esperando. cada olho que o cruzava o angustiava. cada olho que o olhava de dentro de sua órbita arrancava alguma coisa dele. largou o banco num ímpeto. encontrou uma garota "talvez uma violoncelista", imaginou.

- senhorita, que horas chega o próximo trem?
- é...meu senhor, não passa nenhum trem no meio da praça.

nenhum trem, nenhuma fumaça no horizonte. nenhum horizonte.

quarta-feira, abril 20, 2005



e o espírito santo baixa em línguas de fogo nos cardeais reunidos sob o juízo final de michelangelo, na capela cistina. e toda cúria em júbilo e em louvor escuta a voz de metraton, o anjo que anucia as glórias de deus com sua voz:

- lord ratzinger?
- yes, master.
- riiiiiiiiiiise!

(bem que eu senti uma alteração na força)

quarta-feira, abril 13, 2005

cigarro

um banho quente, grosso, forte. pra contrastar com ele mesmo. as gotas fartas escorrendo pelos cabelos, pelos pelos, a pele se encharcando e aproveitando o pouco de calor. fora, a chuva castigava o telhado e os transeuntes deixando o céu cheio da coisa indizível que fazia um céu em dia de chuva. enfim, a chuva não importava tanto. a chuva tinha outro cheiro. e o cheiro dele, esse sim, importava. importava, incomodava. me incomodava. talvez nem "dele" fosse. mas "nele". ao cair da noite, ou na madrugada, o cheiro carregava aquele odor de um dia. não era um fedor de suor ou o cheiro de humano, nada naquele cheiro era humano. era o cheiro da rua, o cheiro do mundo, era cheiro de cigarro, de fumaça, de um dia inteiro pesando nas costas, colando na pele, formando uma casca. não era nenhum grenouille, mas tinha um nariz enorme. não, não é tão grande assim. mas sentia o cheiro como se vindo não só de fora, mas de dentro. como se ele além de sorver com as narinas, engolisse cada partícula odorífera com a boca para dentro de si. estava impregnado, por dentro e por fora. então era esse momento que ele esperava: o banho.

fechava os olhos e os virava em direção à água, deixava o chuveiro massagear seu rosto, seus olhos. sua boca. o nariz enorme. a água ia arrastando do cabelo aos pés tudo o que o incomodava. pelo menos o que podia ser sólido o suficiente para ser arrastado. o cabelo grudava morno na testa, a boca se enchia d'água e cuspia. os pelos no rosto eriçavam com o calor. no pé, uma unha encravava. ele não via, aliás, não dava para ver. mas ele sentia. não pelo cheiro, é óbvio, mas ele sentia por dentro. a unha iria encravar. a minha unha vai encravar. e assim ia no banho reconhecendo cada coisa que acontecia em seu corpo. as costas cansadas e doloridas. as mãos macias se endurecendo. a irritação na pele se alastrando e coçando. a barriga vazia denunciava fome. os olhos quando abertos denunciavam a falta dos óculos. como se transferisse seu tato para cada gota de água que percorria seu corpo, sentindo os sulcos que se formavam na pele, sentindo os poros à soltar seus nojos. e daí começaria o massacre.

com o sabão tentava arrancar seu cheio. o meu cheiro. o cheiro nele. pela espuma translúcida subia um cheiro artificial de coisas que ele jamais cheiraria. esfregava as mãos, os braços, o pescoço, o rosto, o corpo, o sexo. esfregava até ficar vermelho. como se quisesse arrancar até dos músculos o cheiro que o importunava. nem que a água ficasse rubra, nem que ele tivesse que arrancar a própria pele. queria se ver longe do cheiro. a água acumulava no chão do banheiro, arriscando inundar tudo. ele não se importava, não era ele que iria limpar depois. o que ele tinha que limpar estava ali debaixo da ducha. era e...Ele.

o céu do lado de fora poderia estar como fosse. aliás, o mundo que acabasse afogado pelo céu. pouco importava se do lado de fora tinha o cheiro úmido do céu. pouco importava se do lado de fora a noite se mostrasse agradável como o dia não tinha sido. era de dentro dele que ele queria arrancar aquele odor. era de cigarro. era de alcatrão. era de nicotina. era o cheiro de cada ansiedade adiada pelo cigarro que havia fumado há pouco. e antes desse. e o antes desse. e o primeiro do dia. não era o cheiro do cigarro em si, mas tinha cheiro de cigarro.

checava sempre se esse cheiro tinha saído. porque do cigarro só havia restado o cheiro. checava sempre se as unhas estavam limpas. porque a sujeira da rua deveria sempre estar lá, na rua, não aqui. e de novo esfregava. e de novo enxagüava. e de novo esfregava. até parar de sentir o cheiro. não que ele não existisse mais. ainda estava ali, impregnando-o todo. mas o que importava era ele não sentir. era ele não saber. como se lavando o dia, ele nunca tivesse existido. como se o passado nunca fosse presente. e como se o presente pudesse se anular apenas num banho.

quarta-feira, abril 06, 2005

LUTO


os sete anões caregam o corpo de Chapeuzinho

Para tristeza de gerações inteiras, morre Chapeuzinho Vermelho aos 97 anos, uma das mais famosas e queridas personagens das fábulas infantis. milhares choram em luto no funeral realizado no rancho de Neverland, enquanto o seu dono foi pego com a mão na massinha.


criança dá ultimo adeus à chapeuzinho vermelho, que agora só viverá na memória e nos livros infantis

segunda-feira, abril 04, 2005


(tive vontade de falar de novo)


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Date: Sat, 26 Feb 2005 00:57:54 -0800 (PST)
From:"Raphael" <********@yahoo.com>
Subject: (space intentionally left blank)
To:Send an Instant Message ********@yahoo.com
chega sempre uma hora - e comigo ela sempre é no
começo do dia - em que você se sente mais sozinho.
claro, a solidão FÍSICA da coisa já ajuda em muito -
sou eu, os objetos da sala e os sons que vem da rua
(pássaros? carros? sons.) - mas também tem toda a
solidão VIRTUAL - como sempre o último a sair, e a
chegar. todos os prós (nenhum) e contra (todos) vem
justamente nesses dois momentos. o sair. o chegar. mas
as vezes eu vou dormir, e isso basta. ou eu me
distraio com alguma leitura desnecessário. isso sobra.
mas ASH VEISH eu quero falar. e é justamente nos dois
piores momentos (o sair e o chegar) que é pior querer
falar.

porque tem os dias que você não quer falar nada e
todos tem algo oh-meu-deus-que-importante para te
falar e te obrigar a mexer os dedos mesmo que
forçados. e tem os dias que os dedos já vão mexendo
por conta própria, querendo logo contar coisas. e eu,
"niilista" que sou, nunca tenho muito o que dizer.

aliás, uma das piores sensações de hoje: querer MUITO
dizer algo, mas não ter NADA para dizer, e NINGUÉM
para ouvir. e já não bastava a solidão física. ainda
tem um violoncelo, um violino, uma viola e alguns
passarinhos aqui na sala. malditos sejam!

mas você não merece esses que talvez sejam os três
parágrafos mais obtusos, porcamente escritos e
confusos de toda a história da internet (perdendo
talvez apenas para threads mal redigidos no orkut
pelos semianalfabetos que PULULAM por lá). claro que
eu não ache que alguém mereça isso que eu escrevo, mas
alguém tinha que pagar o pato.

and you are the winner.

afinal, aposto que você já leu coisa muito pior. e
bem, eu nunca te mandei um email? acho que não. bem
vinda à primeira vez (que NORMALMENTE é a última,
raramente é apenas mais uma, quase sempre é tão
confuso quanto.).

eu poderia justificar esse email, mas os mais rasos e
mais espertos mantem uma aura de mistério para
esconder a superficialidade que os aflige. eu poderia
dizer que você foi a escolhida por ser a mais SALAZ de
todas, mas eu nem descobri ainda o significado de
salaz (e ainda não pesquisei na internet. pode?).

é isso, ******. eu precisava falar com alguém.
obrigado pela atenção. agora é cama porque eu mal
consigo pensar no momento (quanto mais digitar algo
minamente coerente e inteligível).

espero que esteja bem.

beijos,

Raphael

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(mas só até aqui)

sábado, abril 02, 2005

nambla for dummies


papa morrendo, michael jackson indo pro gaiolão... o que será do mundo pedófilo sem suas maiores celebridades na ativa?

como diria a Terri Schiavo: "nnnnguh"