deitado no colchão. sobre mágoas e lençóis encardidos de perdas.
um dia perdido no degelo de uma tarde que não passou pelos meus olhos. na manhã que poucas vezes vi tão cinza. na noite tão cheia de coisas que não gosto e coisas que não quero e coisas que não sinto. coisas, as coisas...
é difícil segurar a vontade, então deito. sobre minhas desilusões e fracassos. sobre o mesmo travesseiro remendado a lágrimas e apertos. mas é de verdade que me sinto. pelo menos isso, sinto de verdade.
mas divido alegrias, não tristezas. então em meu reduto sou nobre por não ferir esses princípios tão caros e tão fúteis e tão bobos. em minha reclusão solitária me mantenho fiel às convicções tão frouxas que carrego como uma cruz em minhas costas. e peço desculpas pela fraqueza que com uma força descomunal me enforca quase solícita, me fazendo desistir de encontrar algo pra passar a dor.
e deitado no colchão forrado em desespero, perco o dia como quem perde qualquer coisa perdível. perco a manhã em lampejos de uma luz que teima em queimar meus olhos. perco a tarde na escuridão do meu sono. perco a noite em frente aos meus próprios pesadelos.
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