dizia uma música de minha infância "viver é afinar /um instrumento, / de dentro pra fora, / de fora pra dentro" . eu tenho certeza de que ainda faltam muitas cordas aqui dentro pra deixar no tom certo(e ainda em harmonia com as outras).
e das lembranças das músicas que saiam daqui de dentro vinham os "acordes redentores", que nada mais eram do que uma parte de vida que brotava do marasmo de toda música feita. porque toda música é uma vida vivida em poucos minutos. e toda vida tem seus momentos. vidas são tediosas. vidas são raivosas. e assim são as músicas.
fiz músicas como era a minha vida. um tédio recorrente e monótono cravejado ocasionalmente de "acordes redentores" e refrões grudentos. músicas que nada acrescentavam a ninguém, mas que tinham uma particularidade de diminuir de mim uma parcela do que eu vivia. de ser como uma piada interna feita em criptografia. de um retrato desfocado que focava alguma coisa em mim. e que de mim tirava e se fazia vida própria. um filho bastardo que de mim roubava coisas.
claro, é óbvio que essas músicas nunca fizeram sucesso. nem nunca fariam, afinal, a mim interessavam e apenas a mim faziam sentido. é óbvio também que ninguém se interessou por elas a não ser os poucos envolvidos no processo de feitura coletiva da mesma. oquei, não é tão óbvio assim, mas é previsivel. quem gosta de vida comum presta mais atenção na própria.
e não basta sentimento quando não se tem técnica, diria a auto-crítica. mas basta apenas o fragmento que se congela em sons para se ter uma curta vida em acordes, versos e refrões.
e por onde anda a esse lado para baixo?
e das lembranças das músicas que saiam daqui de dentro vinham os "acordes redentores", que nada mais eram do que uma parte de vida que brotava do marasmo de toda música feita. porque toda música é uma vida vivida em poucos minutos. e toda vida tem seus momentos. vidas são tediosas. vidas são raivosas. e assim são as músicas.
fiz músicas como era a minha vida. um tédio recorrente e monótono cravejado ocasionalmente de "acordes redentores" e refrões grudentos. músicas que nada acrescentavam a ninguém, mas que tinham uma particularidade de diminuir de mim uma parcela do que eu vivia. de ser como uma piada interna feita em criptografia. de um retrato desfocado que focava alguma coisa em mim. e que de mim tirava e se fazia vida própria. um filho bastardo que de mim roubava coisas.
claro, é óbvio que essas músicas nunca fizeram sucesso. nem nunca fariam, afinal, a mim interessavam e apenas a mim faziam sentido. é óbvio também que ninguém se interessou por elas a não ser os poucos envolvidos no processo de feitura coletiva da mesma. oquei, não é tão óbvio assim, mas é previsivel. quem gosta de vida comum presta mais atenção na própria.
e não basta sentimento quando não se tem técnica, diria a auto-crítica. mas basta apenas o fragmento que se congela em sons para se ter uma curta vida em acordes, versos e refrões.
e por onde anda a esse lado para baixo?
"faltam portas em meu quarto
janelas abrem em descompasso
e eu sinto os seus braços
me levando pra nós dois
não quero mais ter o abrigo desse quarto
as janelas sempre abrem em descompasso
mas eu fico pra...
depois do sol
depois do sol, insiste em chover
mas eu não preciso de você
falta chão em meu caminho, mas eu sigo
falta teto em meu quarto
mas eu nem preciso de abrigo
deixa chover...
falta grama em meu jardim
falta um tropeço pro meu fim
eu não sou cego
mas não vejo o que está depois do sol
faltam sombras pros meus passos
falta espaço pr'eu abrir meus braços e voar pra longe
e se o tempo fechar...deixa chover...
e enquanto eu aguentar, eu vou esperar
até o sol voltar
e mesmo se eu não te ligar
eu vou, até onde você está"
depois do sol
janelas abrem em descompasso
e eu sinto os seus braços
me levando pra nós dois
não quero mais ter o abrigo desse quarto
as janelas sempre abrem em descompasso
mas eu fico pra...
depois do sol
depois do sol, insiste em chover
mas eu não preciso de você
falta chão em meu caminho, mas eu sigo
falta teto em meu quarto
mas eu nem preciso de abrigo
deixa chover...
falta grama em meu jardim
falta um tropeço pro meu fim
eu não sou cego
mas não vejo o que está depois do sol
faltam sombras pros meus passos
falta espaço pr'eu abrir meus braços e voar pra longe
e se o tempo fechar...deixa chover...
e enquanto eu aguentar, eu vou esperar
até o sol voltar
e mesmo se eu não te ligar
eu vou, até onde você está"
depois do sol
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