quarta-feira, dezembro 03, 2003

naurÊa - circular cidade (ou estudando o plágio)

sai o primeiro disco da banda naurÊa, misturando forró, batucada, guitarras distorcidas e elementos de música eletrônica e pop num disco recheados de plágios bastante originais...

parecia um trabalho impossível para a naurÊa transpor todo o caos sonoro e energia que sempre demonstraram nos palcos para um formato mais "burocrático" e comportado de um álbum de estúdio, mas no disco de estréia da banda "circular cidade (ou estudando o plágio)" eles não só o fazem competentemente, como adicionam elementos à banda sem que isso descaracterize o estilo "esculhambado" da banda.

algumas coisas soam diferente, é lógico, como o andamento das músicas que ficaram levemente mais lentas, e o peso percursivo da banda, que já de antemão se espera que difilcimente seria captado com toda sua potência num estúdio. mas isso de longe afeta a sonoridade do disco, pois apesar de ser basicamente uma banda pra se experienciar ao vivo, o naurÊa supriu essas dificuldades do estúdio com a adição de elementos que por sua vez dificilmente seriam possíveis de reproduzir ao vivo na estrutura normal de um show do naurÊa.

são quinze músicas (e mais um segredinho ao final: a "música" rilísi, disponível apenas na primeiro demo da banda) que apreendem os melhores momentos do naurÊa, abrindo logo de cara com o crássico "bebo menino" (não, não é uma ode michaeljacksoneana) e segue o disco colocando um "hit" atrás do outro. as cotonetes não sentirão falta por exemplo de "r&b", "pra ingrês vê", "a peleja de lampião contra 007" e "d'o pop do forró" além do hino da naurÊa, bomfim, pra se emocionar e fazer roda com seus parentes em casa.

o disco conta ainda com participações especiais de artistas sergipanos reconhecidos como o percussionista pedrinho mendonça, o vocalista da maria escombona henrique telles, o guitarrista da snooze clínio jr., o rapper preto quente (ex- hot black), o showman-junkie edivan bilulu da falecida shovit e uma participação antológica "à la edson cordeiro" de amorosa castigando as cordas vocais (e os ouvidos e cristaleiras da casa). e mais um improvável arranjo de metais em arriba, que funcionou muito bem no disco, e uns loops e beats interessantes.

é forró pra todo mundo
é folguedo atemporal
é forró e um pouquinho de tudo
e daqui é universal


é forró pra todo mundo ver.

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