quarta-feira, janeiro 14, 2004

momentinho ego-trip na terceira classe

e então hoje eu fiz uma ego-trip no banheiro. sentado na privada ou no banho, não importa. e pensei sobre o que é minha vida hoje, agora. e pensei depois de começar a ler o meu presentinho de aniversário, "o demônio do meio-dia", especialmente no que eu faço na universidade. (é nesse momento do texto que o autor avisa que você não tirará nada de importante das linhas que se seguem, e a não ser que haja intensa curiosidade em mim, não perca seu tempo, espere o próximo e sensacional post).

e no canto laranja aí do lado você vê que eu faço psicologia. ou "faço", já que a minha frequência está quase tão próxima do traço quanto eu poderia não-desejar. e bem, porque eu faço psicologia? assumo que foi por "acaso" que escolhi essa profissão. afinal, foi um chute - no saco - no escuro, e por mais que eu tente enganar, não há nada cósmico ou karmico nessas escolha. foi apenas algo mais sensato que fazer estatítica ou biblioteconomia. (pelo menos pra mim).

e esse curso se tornou logo paixonite inflamada. de cogitar tatuar a letra grega "psy". de entrar pra centro acadêmico e realmente ler o que os professores mandavam. mas foi com o tempo que ficava mais baseada a minha devoção e que meu ódio crescia implacável e destrutivo por tudo o que se relacionasse ao curso, às matérias, à atitude e até,oh pasmem, às únicas pessoas que eu gostava no curso.

porque estudar psicologia é um troço estranho. é a ciência que quanto mais você estuda, menos você acredita nela cientificamente. mas ao mesmo tempo, você se baseia ainda mais com essa postura de "oh-é-ciência". porque reparem se não vivemos num mundo errado quando pagamos para um profissional cem pilas para que ele nos ouça e nos fale palavras de impacto e frases enigmáticas e de efeito. isso sem contar nos milhares de psicólogos que viram escritores de livros de auto-ajuda (para ele$ ajuda $eriamente, e compen$$$a). e sem contar nas inumeráveis maneiras de ser psicólogo. porque para um leigo, psicólogo é só o tiozinho (ou mais provavelmente a tiazinha) que te deixa menos doido ou com o sistema nêuvoso. mas vá estudar psicologia e seus quinhetos mil ramos e setenta e nove mil formas de atuação...ao ponto de nem você saber mais o que é um psicologo, apesar de que, o tempo ruge, e arranha na sua porta te mostrando que já já você TEM que ser um. seja lá de que tipo for.

e isso sem contar que as coisas que você estuda com aquele olhar preguiçoso e displicente de estudante são coisas sérias e tristes. depressão, mania, transtornos bipolares, paranóia...e até pessoas que arrancam os próprios cabelos e os come. e com o tempo você ri disso, e acha graça disso, e no final, quando a filha da putisse chamada "experiência profissional" te atravanca e fode o senso de humor, você acha bom ter muito disso porque vem muito di$$o pro seu bolso.

mas aparti de tudo isso, às vezes dá pra encontrar um momento de beleza em minhas leituras de livros de psicologia. e dá pra ficar feliz em poder conhecer um pouco de coisas que não só são interessantes, mas ajudam a viver melhor. não que estudar psicologia já me ajudou de alguma forma a resolver meus problemas, nunca ajudou, mas piorou e me deu agora nomenclaturas a mais para a minha hipocondria fictícia.

mas um dia eu penso melhor sobre isso. desce na próxima parada, motô.

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