Os Proglemas de Estudar Psicologia
Todo estudante de qualquer curso sofre com os estereótipos que seu curso e/ou futura profissão carrega, seja isso pro bem ou pro mal. Todo estudante de direito é esnobe, todo estudante de jornalismo é dishcoladoae, todo estudante de biologia é maconheiro, todo estudante de ciência da computação é nerd e tantos outros exemplos.
Para você que irá cursar psicologia, esteja ciente de que isso o acompanhará todo o tempo de seu curso, e pior! O estigma de ser estudante de psicologia/psicólogo marcará sua vida em diversos aspectos. Você que já é um estudante, ou pior, um psicólogo, já tem experiência com o que eu vou relatar, ou já viu isso acontecer diversas vezes. Relatarei minha experiência pessoal com as mais comums frases que ouvimos durante o decorrer do curso.
"Ih! Vai fazer psicologia, é? MENIIIINA!" / "Aê! Só tem mulé, doidoooo!!!!"
Antes de mesmo entrar na universidade já começam as piadinhas que oscilam para dois sentidos. Primeiro de tudo, caso você seja homem, piadinhas que incitam a dúvida quanto a sua masculinidade são feitas pois grande maioria dos estudantes de psicologia são estudantas. Isso vale em alguns lugares para o curso de Enfermagem também. A segunda piadinha, bem, é que você será um rapaz sortudo e coisa e tal. Que na época não cabia ao meu estilo de vida monogâmico, apaixonado e women-blind.
"Pare de querer me analizar"/"Pare de querer analizar nãoseiquemlá"
Seja no seu namoro, seja nas suas relações de amizade, a partir do momento que você adentra o curso de psicologia você não mais poderá fazer os seus já comuns pré-julgamentos (coisa que todo e qualquer ser humano faz) ou menos ainda tentar entender as atitudes de alguma pessoa. Isso porque imediatamente você já estará sendo acusado de "analisar" as pessoas, seja lá o que isso for. O que fazer? Ou aprende a conviver com isso ou esqueça como é comentar sobre alguém.
"Só porque tá fazendo psicologia..."
Não interessa. Qualquer argumento, conceito ou até convicção sua anterior mesmo ao seu ingresso na universidade vai ser agora creditada aos professores subversivos e aos livros de nomes compridos e complicados que você anda lendo na universidade. Ou pior, vai ser creditada a uma suposta vontade sua de querer se sentir superior só porque você agora não mais é um secundarista. E nem se atreva a querer se empolgar com algo novo e impressionante que por acaso você venha a descobrir durante o seu curso, vai ainda cair nessa mesma armadilha.
"Quero o seu conselho de psicólogo"
Não faz muita diferença se você é primeiro período e ainda não sabe nem pronunciar o nome de Wundt. Amigos, conhecidos, desconhecidos, parentes e inimigos te procurarão para que sejam iluminados com a aura cintilante da sabedoria psicológica, mesmo que ela não exista. Os velhos conselhos de amigo já não valem nada, agora você só serve como psicólogo, mesmo nem chegando perto de ser um. A dica é sempre dizer "ok, te ajudo sim. Vamos marcar um horário, a hora é R$50,00 pra você".
"Só tem maluco nesse curso de psicologia"
Apesar das milhares de patricinhas e frescurentas desgovernadas que pululam nos corredores cheias de seus bling-blings e enchem as salas de aula em cada período, seu curso é considerado de gente doida. Doida no sentido de "descolada", "vanguardinha" ou "prafrentex*". É claro que, como todo curso, existem um ou dois (ou três, quatro ou cinco...) que abusam da famosa tríade sexo-drogas-roquenrrou (ou apenas de algum vértice desses), mas o estereópico do curso é esse. Dentro do curso, no entando, o ambiente é tão conservador quanto um convento franciscano. Se você dá umas escapadinhas da mediocridade, ou escuta algo diferente do sassacoleador som de remexer bundas, você é tirado de excêntrico.
"Esse curso é moleza, neguinho faz nada o ano todo, vive na farra e ainda se forma!"
Bem, infelizmente o curso de psicologia é um curso que caso você não tome cuidado você pode se formar sem saber coisa nenhuma de nenhuma coisa. Mas essa frase é justamente um exagero do senso comum ao notar o característico caráter gregário dos estudantes de psicologia geralmente em torno de uma garrafa de destilado. Ou eu a escuto muito apenas pelo meu caraterístico caráter anti-social frente às turmas geralmente em torno do horário de aula. Eu prefiro acreditar que o curso de psicologia é ingual pinta: começa mole, mas vá bulindo que já já a coisa é dura.
Bem, essas são as frases que eu me lembro no momento, e as que mais se repetem no decorrer da minha experiência pessoal. Há ainda aqueles que falam "psicologia não serve pra nada", "não sei pra que vocês estudam isso" e outros comentários depreciativos. Pena que tão poucos estudantes de psicologia frequentam esse blog, mas caso vocês estejam aí, dividam conosco suas experiências nos comentários.
terça-feira, janeiro 27, 2004
domingo, janeiro 25, 2004
perdi dois dias e nunca mais vou conseguir de volta tanto tempo jogado fora.
porque dos planos se fez piada sem graça, baixa, de humor negro.
e não adianta de nada brigar pra ter, fazer esforço de não comer, tentar economizar o pouco que se tem.
porque mais uma vez, dos planos se faz um nada. do marcado se desmarca. do feito se desfaz...
porque dos planos se fez piada sem graça, baixa, de humor negro.
e não adianta de nada brigar pra ter, fazer esforço de não comer, tentar economizar o pouco que se tem.
porque mais uma vez, dos planos se faz um nada. do marcado se desmarca. do feito se desfaz...
terça-feira, janeiro 20, 2004
segunda-feira, janeiro 19, 2004
uma força pros amigos Augusto e Tiago, que tão batalhando por esse projeto. boa sorte! e viva o tumate!
Lançado Tumate, o primeiro gerenciador de download de álbuns completos em mp3.
Quem já baixou álbuns completos em mp3 utilizando softwares de compartilhamento P2P sabe o trabalho que esta tarefa pode dar, especialmente quando vários álbuns estão sendo baixados de uma só vez. O problema se inicia na organização dos próprios downloads das músicas (controle das que precisam ser baixadas, as que estão em fila, etc) e continua na padronização e organização dos arquivos baixados, sendo às vezes necessário o uso de vários softwares para renomear os arquivos, corrigir informações do ID3-Tag, adicionar imagem da capa do disco, etc.
O software simplifica todo o processo. A partir das informações do álbum que será baixado (digitadas pelo usuário ou coletadas na internet, em formato MARC ou do site Freedb.org), o Tumate:
1. Controla o tráfego das músicas baixadas ou não;
2. Utiliza padrões definidos pelo usuário para criar estrutura de diretório para os álbuns, renomear arquivos baixados, e movê-los para o diretório correto;
3. Corrige e inclui informação no id3-tag dos arquivos.
Além do controle do progresso de download do álbum, o Tumate possui um Assistente para Download de músicas que facilita o trabalho de pesquisar as músicas em softwares p2p, inclusive colocando o texto para pesquisa na área de transferência (clipboard) automaticamente. Ele também detecta as músicas que chegaram no diretório de download e toma as ações necessárias para organizá-las no diretório do álbum.
O programa é totalmente configurável, fazendo com que diretórios dos álbuns, nomes de músicas, playlists, e outros, sejam organizados de acordo com a preferência do usuário. E tudo isto está disponível em uma interface simples e bonita.
E o melhor de tudo, gratuitamente. O software é um freeware e, portanto pode ser baixado e distribuído livremente.
Requisitos:
* Microsoft Windows 9x, NT, 2000 ou XP
* Microsoft Internet Explorer 5.0 ou superior
* Microsoft DAO 3.6 (necessário para instalações em sistemas Win9x)
Recursos:
* Assistente de Download de Músicas que facilita a busca por músicas no software de compartilhamento de sua preferência;
* Detecta automaticamente as músicas baixadas e executa as ações pré-configuradas:
o Corrige ID3Tag v1 e v2 com as informações corretas das músicas;
o Renomeia os arquivos mp3;
o Cria estrutura de diretórios para os álbuns;
o Move os arquivos para o diretório do álbum;
o Cria playlists;
* Estrutura de diretórios e nomes de arquivos totalmente configuráveis (por meio de máscaras);
* Mantém os álbuns incompletos em diretório separado;
* Fácil acompanhamento da qualidade das músicas (bitrate);
* Cadastro de álbuns a partir de informações externas (formato MARC e freedb.org);
* Controle de prioridade dos álbuns;
* Funciona com qualquer software de compartilhamento;
* Suporte a diversos idiomas.
Contato
Tumate
Av. Mário Jorge, 635 – CEP: 49035-660 – Aracaju – Sergipe – Brasil
Email: tumate@tumate.com
Web: www.tumate.com
Mais Informações
Detalhes de uso e outras informações podem ser acessadas em www.tumate.com .
quinta-feira, janeiro 15, 2004
capítulo 3
e nesse quarto sobraram apenas eu e seu retrato que descansa desprotegido na mesa. me sento frente a frente com a imagem que sobrou de você e apenas 3 coisas desviam o meu olhar do seu: um copo sujo e meio vazio, uma garrafa de destilado e uma luminária que reluz fraca e amarela sobre os outros objetos.
e eu bem que queria que aqui fosse um hotel na cidade, e que pelo menos a garrafa que translucida vibra ao meu lado fosse um uísque envelhecido em tonéis de carvalho. nem pediria um copo de cristal...mas não, estou no que sobrou do que um dia foi um lar. com uma garrafa de cachaça das mais baratas e venenosas e o único copo que sobrou inteiro depois de tanta fúria desmedida. não é vegas e não vou beber até a morte, porque morrer já é mais do que eu tenho dignidade de pedir. esquecer é muito, eu penso em apenas apagar. e acordar coberto em meu vômito, despido de minha honra e de minha hombridade, infeliz ainda, mas com menos uma noite para lembrar.
porque não só é difícil ter de passar os dias em desconforto com os outros, é mais complicado ainda passar os dias desconfortável comigo mesmo, com o meu eu que de dentro de mim se apequena e se deixa diluir em álcool...o meu eu que não quero aqui, quero ali do meu lado, sentado no canto, rindo ou chorando pelo que me torno quando bebo, porque já não sou mais o mesmo quando ponho álcool na boca, me torno outro: menor, mais triste mas pelo menos sou outro. e eu esqueço dele tão fácil quanto ele esquece da vida.
por quanto tempo esse retrato ainda manterá o sorriso no rosto? e como pode você, logo você, manter o sorriso enquanto me afogo em copos cada vez mais rapidamente esvaziados? quando o queimar da bebida já não afeta mais a minha garganta, e que beber é um simples ato reflexo: se o copo está aqui ao alcance dos olhos, devo beber. e então depois de um tempo você é uma mancha que flutua, mesmo eu sabendo que está parada. e o mundo é uma mancha que titubeia em seu eixo, mesmo eu sabendo que ele é harmonia. e eu oscilo em meu canto estático e paralítico.
porque eu estou estático e paralítico. não preso a uma cama ou uma cadeira de rodas, mas preso a isso que as pessoas chamam de vida. não, a vida não continua como você disse. a vida pára uma hora, e a pior hora dela parar é antes de sua morte. porque então você se torna casca, se torna invólucro. e embalagens só existem para conter algo, caso não, é uma coisa inútil. como eu, que não sirvo nem para ser alguém mais forte que uma garrafa de cachaça. que não sirvo nem para ser o primeiro a ver seu sorriso pela manhã. que não sirvo nem como alguém que é alguém para outra pessoa.
e eu relembro os dias em que eu sabia quem era. cada vez menos eles contam no total de dias que eu vivi, mas aqueles dias, ah, aqueles dias...eu sorria e podia ter seus cabelos dourados entre meus dedos, seus olhos cinza para me sugar, sua virilha, suas pernas, seu corpo para me afogar...eu tinha alguém, e melhor ainda, eu tinha você. e hoje o que sobrou? o seu retrato, porque nem a mim eu tenho mais. e é por isso que estou aqui agora, com o intuito de passar mais uma noite em branco, apagado das memórias que doem, sem precisar relembrar dos dias de outrora. o primeiro copo é para aquecer o meu corpo frio e seco; o segundo para afrouxar minhas pernas, raízes que me plantam nesse mundo; o terceiro para anuviar e nublar esse quarto tão vívido e cheio de escuro; o quarto para encher de nuvens meus olhos e esvaziar de mente a minha mente.
e até que eu sinta aquele pulsar quente, amargo e ácido do vômito explodindo de dentro de mim, continuarei a beber. até que eu desfaleça, empapado em suor e no nojo que me tornei, como uma fruta podre que cai, no chão do meu quarto. até que eu sinta que o dia acabou para mim, e que eu já estou ali fora de mim, sentado no canto. até eu deixar de ser.
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cap. 0
cap. 1
cap. 2
e nesse quarto sobraram apenas eu e seu retrato que descansa desprotegido na mesa. me sento frente a frente com a imagem que sobrou de você e apenas 3 coisas desviam o meu olhar do seu: um copo sujo e meio vazio, uma garrafa de destilado e uma luminária que reluz fraca e amarela sobre os outros objetos.
e eu bem que queria que aqui fosse um hotel na cidade, e que pelo menos a garrafa que translucida vibra ao meu lado fosse um uísque envelhecido em tonéis de carvalho. nem pediria um copo de cristal...mas não, estou no que sobrou do que um dia foi um lar. com uma garrafa de cachaça das mais baratas e venenosas e o único copo que sobrou inteiro depois de tanta fúria desmedida. não é vegas e não vou beber até a morte, porque morrer já é mais do que eu tenho dignidade de pedir. esquecer é muito, eu penso em apenas apagar. e acordar coberto em meu vômito, despido de minha honra e de minha hombridade, infeliz ainda, mas com menos uma noite para lembrar.
porque não só é difícil ter de passar os dias em desconforto com os outros, é mais complicado ainda passar os dias desconfortável comigo mesmo, com o meu eu que de dentro de mim se apequena e se deixa diluir em álcool...o meu eu que não quero aqui, quero ali do meu lado, sentado no canto, rindo ou chorando pelo que me torno quando bebo, porque já não sou mais o mesmo quando ponho álcool na boca, me torno outro: menor, mais triste mas pelo menos sou outro. e eu esqueço dele tão fácil quanto ele esquece da vida.
por quanto tempo esse retrato ainda manterá o sorriso no rosto? e como pode você, logo você, manter o sorriso enquanto me afogo em copos cada vez mais rapidamente esvaziados? quando o queimar da bebida já não afeta mais a minha garganta, e que beber é um simples ato reflexo: se o copo está aqui ao alcance dos olhos, devo beber. e então depois de um tempo você é uma mancha que flutua, mesmo eu sabendo que está parada. e o mundo é uma mancha que titubeia em seu eixo, mesmo eu sabendo que ele é harmonia. e eu oscilo em meu canto estático e paralítico.
porque eu estou estático e paralítico. não preso a uma cama ou uma cadeira de rodas, mas preso a isso que as pessoas chamam de vida. não, a vida não continua como você disse. a vida pára uma hora, e a pior hora dela parar é antes de sua morte. porque então você se torna casca, se torna invólucro. e embalagens só existem para conter algo, caso não, é uma coisa inútil. como eu, que não sirvo nem para ser alguém mais forte que uma garrafa de cachaça. que não sirvo nem para ser o primeiro a ver seu sorriso pela manhã. que não sirvo nem como alguém que é alguém para outra pessoa.
e eu relembro os dias em que eu sabia quem era. cada vez menos eles contam no total de dias que eu vivi, mas aqueles dias, ah, aqueles dias...eu sorria e podia ter seus cabelos dourados entre meus dedos, seus olhos cinza para me sugar, sua virilha, suas pernas, seu corpo para me afogar...eu tinha alguém, e melhor ainda, eu tinha você. e hoje o que sobrou? o seu retrato, porque nem a mim eu tenho mais. e é por isso que estou aqui agora, com o intuito de passar mais uma noite em branco, apagado das memórias que doem, sem precisar relembrar dos dias de outrora. o primeiro copo é para aquecer o meu corpo frio e seco; o segundo para afrouxar minhas pernas, raízes que me plantam nesse mundo; o terceiro para anuviar e nublar esse quarto tão vívido e cheio de escuro; o quarto para encher de nuvens meus olhos e esvaziar de mente a minha mente.
e até que eu sinta aquele pulsar quente, amargo e ácido do vômito explodindo de dentro de mim, continuarei a beber. até que eu desfaleça, empapado em suor e no nojo que me tornei, como uma fruta podre que cai, no chão do meu quarto. até que eu sinta que o dia acabou para mim, e que eu já estou ali fora de mim, sentado no canto. até eu deixar de ser.
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cap. 0
cap. 1
cap. 2
quarta-feira, janeiro 14, 2004
momentinho ego-trip na terceira classe
e então hoje eu fiz uma ego-trip no banheiro. sentado na privada ou no banho, não importa. e pensei sobre o que é minha vida hoje, agora. e pensei depois de começar a ler o meu presentinho de aniversário, "o demônio do meio-dia", especialmente no que eu faço na universidade. (é nesse momento do texto que o autor avisa que você não tirará nada de importante das linhas que se seguem, e a não ser que haja intensa curiosidade em mim, não perca seu tempo, espere o próximo e sensacional post).
e no canto laranja aí do lado você vê que eu faço psicologia. ou "faço", já que a minha frequência está quase tão próxima do traço quanto eu poderia não-desejar. e bem, porque eu faço psicologia? assumo que foi por "acaso" que escolhi essa profissão. afinal, foi um chute - no saco - no escuro, e por mais que eu tente enganar, não há nada cósmico ou karmico nessas escolha. foi apenas algo mais sensato que fazer estatítica ou biblioteconomia. (pelo menos pra mim).
e esse curso se tornou logo paixonite inflamada. de cogitar tatuar a letra grega "psy". de entrar pra centro acadêmico e realmente ler o que os professores mandavam. mas foi com o tempo que ficava mais baseada a minha devoção e que meu ódio crescia implacável e destrutivo por tudo o que se relacionasse ao curso, às matérias, à atitude e até,oh pasmem, às únicas pessoas que eu gostava no curso.
porque estudar psicologia é um troço estranho. é a ciência que quanto mais você estuda, menos você acredita nela cientificamente. mas ao mesmo tempo, você se baseia ainda mais com essa postura de "oh-é-ciência". porque reparem se não vivemos num mundo errado quando pagamos para um profissional cem pilas para que ele nos ouça e nos fale palavras de impacto e frases enigmáticas e de efeito. isso sem contar nos milhares de psicólogos que viram escritores de livros de auto-ajuda (para ele$ ajuda $eriamente, e compen$$$a). e sem contar nas inumeráveis maneiras de ser psicólogo. porque para um leigo, psicólogo é só o tiozinho (ou mais provavelmente a tiazinha) que te deixa menos doido ou com o sistema nêuvoso. mas vá estudar psicologia e seus quinhetos mil ramos e setenta e nove mil formas de atuação...ao ponto de nem você saber mais o que é um psicologo, apesar de que, o tempo ruge, e arranha na sua porta te mostrando que já já você TEM que ser um. seja lá de que tipo for.
e isso sem contar que as coisas que você estuda com aquele olhar preguiçoso e displicente de estudante são coisas sérias e tristes. depressão, mania, transtornos bipolares, paranóia...e até pessoas que arrancam os próprios cabelos e os come. e com o tempo você ri disso, e acha graça disso, e no final, quando a filha da putisse chamada "experiência profissional" te atravanca e fode o senso de humor, você acha bom ter muito disso porque vem muito di$$o pro seu bolso.
mas aparti de tudo isso, às vezes dá pra encontrar um momento de beleza em minhas leituras de livros de psicologia. e dá pra ficar feliz em poder conhecer um pouco de coisas que não só são interessantes, mas ajudam a viver melhor. não que estudar psicologia já me ajudou de alguma forma a resolver meus problemas, nunca ajudou, mas piorou e me deu agora nomenclaturas a mais para a minha hipocondria fictícia.
mas um dia eu penso melhor sobre isso. desce na próxima parada, motô.
e então hoje eu fiz uma ego-trip no banheiro. sentado na privada ou no banho, não importa. e pensei sobre o que é minha vida hoje, agora. e pensei depois de começar a ler o meu presentinho de aniversário, "o demônio do meio-dia", especialmente no que eu faço na universidade. (é nesse momento do texto que o autor avisa que você não tirará nada de importante das linhas que se seguem, e a não ser que haja intensa curiosidade em mim, não perca seu tempo, espere o próximo e sensacional post).
e no canto laranja aí do lado você vê que eu faço psicologia. ou "faço", já que a minha frequência está quase tão próxima do traço quanto eu poderia não-desejar. e bem, porque eu faço psicologia? assumo que foi por "acaso" que escolhi essa profissão. afinal, foi um chute - no saco - no escuro, e por mais que eu tente enganar, não há nada cósmico ou karmico nessas escolha. foi apenas algo mais sensato que fazer estatítica ou biblioteconomia. (pelo menos pra mim).
e esse curso se tornou logo paixonite inflamada. de cogitar tatuar a letra grega "psy". de entrar pra centro acadêmico e realmente ler o que os professores mandavam. mas foi com o tempo que ficava mais baseada a minha devoção e que meu ódio crescia implacável e destrutivo por tudo o que se relacionasse ao curso, às matérias, à atitude e até,oh pasmem, às únicas pessoas que eu gostava no curso.
porque estudar psicologia é um troço estranho. é a ciência que quanto mais você estuda, menos você acredita nela cientificamente. mas ao mesmo tempo, você se baseia ainda mais com essa postura de "oh-é-ciência". porque reparem se não vivemos num mundo errado quando pagamos para um profissional cem pilas para que ele nos ouça e nos fale palavras de impacto e frases enigmáticas e de efeito. isso sem contar nos milhares de psicólogos que viram escritores de livros de auto-ajuda (para ele$ ajuda $eriamente, e compen$$$a). e sem contar nas inumeráveis maneiras de ser psicólogo. porque para um leigo, psicólogo é só o tiozinho (ou mais provavelmente a tiazinha) que te deixa menos doido ou com o sistema nêuvoso. mas vá estudar psicologia e seus quinhetos mil ramos e setenta e nove mil formas de atuação...ao ponto de nem você saber mais o que é um psicologo, apesar de que, o tempo ruge, e arranha na sua porta te mostrando que já já você TEM que ser um. seja lá de que tipo for.
e isso sem contar que as coisas que você estuda com aquele olhar preguiçoso e displicente de estudante são coisas sérias e tristes. depressão, mania, transtornos bipolares, paranóia...e até pessoas que arrancam os próprios cabelos e os come. e com o tempo você ri disso, e acha graça disso, e no final, quando a filha da putisse chamada "experiência profissional" te atravanca e fode o senso de humor, você acha bom ter muito disso porque vem muito di$$o pro seu bolso.
mas aparti de tudo isso, às vezes dá pra encontrar um momento de beleza em minhas leituras de livros de psicologia. e dá pra ficar feliz em poder conhecer um pouco de coisas que não só são interessantes, mas ajudam a viver melhor. não que estudar psicologia já me ajudou de alguma forma a resolver meus problemas, nunca ajudou, mas piorou e me deu agora nomenclaturas a mais para a minha hipocondria fictícia.
mas um dia eu penso melhor sobre isso. desce na próxima parada, motô.
terça-feira, janeiro 13, 2004
qual o tom da minha vida?
e a lua aparece, "bóia no céu imensa e amarela". e a luiza que não dá o amor a tom. e o tom que revela os sete mil amores que guardou pra luiza. e a lua não fica imensa, mas se esconde envergonhada entre mantas de nuvens negras carregadas de mágoas em gotas frias e molhadas. ah! a saudade...batendo na janela em desespero, suando o chão de tempos e tempos. dourando em fogo brando um coração fatiado e na bandeja, pra você.
vai luiza, exorcisa o tom. deixa a neve derreter do seu coração. dá a tua mão, luiza...
e temperada pelo sal do tempo, amanciada pela calma do vento, embalada pela maré dum mar finito e raso. está lá, deixado ao léu, repentino e surpreso. um coração. pequeno. sozinho. triste.
"tristeza não tem fim, felicidade sim". não é, tom? e se tudo se acaba numa quarta-feira, o que fazer com as terças cinzas?
é sol.
e a lua aparece, "bóia no céu imensa e amarela". e a luiza que não dá o amor a tom. e o tom que revela os sete mil amores que guardou pra luiza. e a lua não fica imensa, mas se esconde envergonhada entre mantas de nuvens negras carregadas de mágoas em gotas frias e molhadas. ah! a saudade...batendo na janela em desespero, suando o chão de tempos e tempos. dourando em fogo brando um coração fatiado e na bandeja, pra você.
vai luiza, exorcisa o tom. deixa a neve derreter do seu coração. dá a tua mão, luiza...
e temperada pelo sal do tempo, amanciada pela calma do vento, embalada pela maré dum mar finito e raso. está lá, deixado ao léu, repentino e surpreso. um coração. pequeno. sozinho. triste.
"tristeza não tem fim, felicidade sim". não é, tom? e se tudo se acaba numa quarta-feira, o que fazer com as terças cinzas?
é sol.
segunda-feira, janeiro 12, 2004
- (...) e então existem as casas, doutor. e as casas que eu digo são as mesmas casas de paredes e telhados e que servem para guardar pessoas. não que paredes e telhados são suficientes para guardar pessoas, ou que casas sirvam apenas para guardar pessoas. casas são lugares acima de tudo.
- ...
- mas tem as casas que as chamam mau-assombradas. e elas não guardam pessoas ou coisas de pessoas. as vezes sim, mas as vezes só guardam demônios pessoais, fantasmas do passado e bichos-papões inocentes-e-inofensivos-porém-assustadores. e eles vivem atormentando a casa e as pessoas que ela guarda. e isso tem um sentido, sim! porque demônios pessoais, fantasmas do passado e bichos-papões inocentes-e-inofensivos-porém-assustadores tem seu sentido de ser coisas para assustar e atormentar pessoas que moram na casa dita mau-assombrada. e de nada adianta ser casa mau-asssombrada ou bicho-papão se não existem pessoas para atormentar.
- ...
- e então, doutor, sabe o que é pior? é que os demônios pessoais, fantasmas do passado e bichos-papões inocentes-e-inofensivos-porém-assustadores nunca se cansam. porque quem se cansa são as pessoas, que entre paredes e telhado se batem por resolver o "problema" da casa, quando na verdade essas coisas são tão casa quanto parede, teto, piso e janela. e tem que aprender a dar bom-dia, a esperar no sofa enquanto eles arrastam as correntes pela escada, enquanto uivam pelos cantos o seu canto assustador. porque eles estão lá porque eles são lá. e eles não se cansam, eles sossegam. demônios pessoais, fantasmas do passado e bichos-papões inocentes-e-inofensivos-porém-assustadores podem ser calmos e submersos, doutor. todo mundo fala isso.
- ...
_ mas então, doutor, olha o adiantado da hora...eu falo sobre casas e me empolgo. porque casas são coisas legais e são lugares acima de tudo! mas eu me empolgo, eu me empolgo...e demoro muito, em círculos, voando em mim mesmo, ouvindo as correntes...eu demoro muito pra falar, pra dizer meu problema, doutor...
- ...
- é como eu. eu sou uma pessoa mau-assombrada. só não guardo pessoas, sabe doutor?
sábado, janeiro 10, 2004
Essas pessoas em particular fizeram esse "Dia do Fico" um dia mais especial pra mim, devo alguns agradecimentos:
1. Mariana, obrigado pela sua presença iluminada nesse meu dia, obrigado pelos sorrisos, pelas broncas, por dividir alegrias e tristezas comigo. Obrigado por ser a pessoa mais importante da minha vida. O melhor presente que você poderia me dar, você deu hoje e cada momento que você permanece ao meu lado, você o reforça. Obrigado.
2. Meus pais, que não vão ler esse fotolog, e que me deram meu único presente “material”, e me fizeram MUITO feliz: “O Demônio da Meia Noite – Uma Anatomia da Depressão” de Andrew Solomon. Menos um item da minha wishlist de livros, e mais um prazer de poder ler uma obra que espero há muito tempo. Tá, eu poderia agradecer aqui que eles foram os responsáveis por me pôr no mundo e blá blá blá, também. Obrigado.
3. Talhú, que me surpreendeu incrivelmente com uma ligação maravilhosa. Por ter se tornado uma pessoa tão especial em tão pouco tempo e que infelizmente ainda não tive o prazer de conhecer pessoalmente. Obrigado por ter feito eu começar meu dia tão feliz, e por ter tido saco de me ouvir, e me ouvir, e me ouvir e me ouvir. E de ter me ensinado tantas expressões tão características da periferia Olindense. Obrigado (Bora acender um incenso?).
4. Meus queridos amigos, que me fazem sentir vivo sempre que podem, e que, cada qual ao seu modo, me fazem agradecer diariamente por ter encontrado pessoas tão especiais. Obrigado por “fecharem” meu dia tão bem, e por me deixarem certo que o farão amanhã, e depois de amanhã e depois de depois de amanhã e depois de depois de depois de depois...Por estarem aqui: Obrigado.
Existem também aquelas pessoas que infelizmente não puderam dividir esse "Dia do Fico" comigo, mas que eu também sou muito grato, pois fizeram com que eu chegasse aos meus 21 anos ciente de que eu tenho certos tesouros que me orgulho de ter adquirido. Vocês sabem quem são, muito obrigado a todos vocês.
Que cada um de todos vocês seja mais feliz ainda do que o que vocês me fazem ser.
Obrigado por tudo.
(originalmente, esse seria um post pro meu fotolog, mas a fotolog.net é uma bosta e não me deixa uplodear a foto. mas eu tinha que pôr em algum lugar. )
terça-feira, janeiro 06, 2004
O Novo Dicionário Etimológico-Idiomático Brasileiro.
Introdução:
O trabalho de etimólogo está mais próximo do trabalho de um arqueólogo do que do trabalho próprio dos outros lingüistas. Procurar a origem ancestral das palavras é de um labor árduo e por vezes impossível. É mexer com encadeamentos improváveis e desenterrar famílias inteiras de línguas que já estão mortas há muito tempo. É remontar raízes que já se perderam fundo no seio da terra, às vezes literalmente, porque se não é um trabalho arqueológico propriamente dito, às vezes o etimólogo tem que desenterrar seus pergaminhos quando não do fundo de ruínas, de bibliotecas pútridas e esquecidas.
Quando se trata de línguas neo-latinas o trabalho é por vezes encarado como fácil, já que grande parte do vernáculo estudado tem uma origem bastante conhecida e amplamente divulgada, e de dentro do seio de inatividade do atual meio acadêmico, muita das teorias etimológicas são preguiçosamente apoiadas apenas nas palavras de origem romana (no máximo palavras de origem helênica) e assim são relegadas muita das expressões que aparecem de uma raiz obscura. No caso do português brasileiro, o trabalho é geometricamente aumentado, por ser uma língua que há muito se distanciou da sua raiz "pura" portuguesa original e tomou um rumo novo e diferente ao se misturar com influencias de vários países, culturas, dialetos e etc.
Nesse ponto, o trabalho do etimólogo é por vezes infrutífero pois várias das ligações que as palavras tem em sua origem nascem de civilizações há muito dizimadas, e muito da história se perdeu. A interação entre culturas e línguas diferentes é por vezes tão disfarçada pelos desígnios do Tempo que sua ligação é totalmente desconhecida e improvável, e por vezes risível.
O presente trabalho buscará encontrar através de provas irrefutáveis - na medida do possível - essas ligações perdidas e mostrar de maneira didática e simples a etimologia das palavras que são por vezes relegadas ao ostracismo acadêmico e não são estudadas devidamente.
Expressões Idiomáticas Brasileiras:
fu.le.rar [V. int.] - essa expressão característica do nordeste brasileiro, mais especificamente da Zona da Mata, teve origem bastante obscura por diversos anos até a introdução da pesquisa de campo em seu estudo etimológico. Essa idiomátema tem como origem nos arredores da cidade de Natal, na base militar apelidada de Parnamirim Field, durante o período da Segunda Guerra Mundial. Durante os anos de 1941 a 1946, milhares de americanos embarcaram em Natal para utilizar as bases militares Natal e Parnamirim, cedidas pelo governo brasileiro. A base Natal, por ser a mais importante e maior, tinha um controle bastante rígido de conduta e uma discrição que enchia de curiosidade a população local. Pouco distante dali, no povoado de Parnamirim, a base militar "Parnamirim Field" estava mais em contato com a sociedade, e muitos soldados acabavam por se misturar à ela de maneira lasciva e/ou irresponsável. "Eles vinham pras festa e ficava se bulinando com as meninas" (sic), rememora seu João Freitas, que na época era um garoto ainda. O trabalho etimológico nunca teria avançado caso a pesquisa com a população fosse relegada ao invés da pesquisa com documentos, pois "fulerar" viria dessa relação inusitada entre os militares americanos e a população local.
Assim como "forró" viria a ser uma corruptela de "For All", "fulerar" é também uma corruptela sonora de uma expressão em inglês. Nos idos da ocupação militar americana na base de Parnamirim, devido à reincidência de "escapadas" dos quartéis e de comportamento inadequado, ficaram famosas as reprimendas em alto e bom som dos oficiais que repetiam "Don't Fool Around" aos irresponsáveis soldados e funcionários. De "fool around" (lê-se fu-lâ-ráum) os nativos, por imitação, acabaram chegando ao atual "fulerar" ao repetir precariamente as reprimendas em tom de gozação, ou apenas como uma maneira de se sentir "superior" perante seus pares. Esse verbo-frasal inglês significa comportar-se de maneira irresponsável e sem cuidado para com as pessoas, uma coisa interessante, já que a sua corruptela manteve o mesmo significado.
Esse caso mostra o quão complexo é o estudo etimológico e como ele é uma maneira de descobrir como outras culturas se entremeiam no próprio tecido de outra sociedade, e se a linguagem é a expressão maior de uma dada cultura, é urgente e importantíssimo esse estudo. Aguardem para as próximas descobertas. [ism]
Introdução:
O trabalho de etimólogo está mais próximo do trabalho de um arqueólogo do que do trabalho próprio dos outros lingüistas. Procurar a origem ancestral das palavras é de um labor árduo e por vezes impossível. É mexer com encadeamentos improváveis e desenterrar famílias inteiras de línguas que já estão mortas há muito tempo. É remontar raízes que já se perderam fundo no seio da terra, às vezes literalmente, porque se não é um trabalho arqueológico propriamente dito, às vezes o etimólogo tem que desenterrar seus pergaminhos quando não do fundo de ruínas, de bibliotecas pútridas e esquecidas.
Quando se trata de línguas neo-latinas o trabalho é por vezes encarado como fácil, já que grande parte do vernáculo estudado tem uma origem bastante conhecida e amplamente divulgada, e de dentro do seio de inatividade do atual meio acadêmico, muita das teorias etimológicas são preguiçosamente apoiadas apenas nas palavras de origem romana (no máximo palavras de origem helênica) e assim são relegadas muita das expressões que aparecem de uma raiz obscura. No caso do português brasileiro, o trabalho é geometricamente aumentado, por ser uma língua que há muito se distanciou da sua raiz "pura" portuguesa original e tomou um rumo novo e diferente ao se misturar com influencias de vários países, culturas, dialetos e etc.
Nesse ponto, o trabalho do etimólogo é por vezes infrutífero pois várias das ligações que as palavras tem em sua origem nascem de civilizações há muito dizimadas, e muito da história se perdeu. A interação entre culturas e línguas diferentes é por vezes tão disfarçada pelos desígnios do Tempo que sua ligação é totalmente desconhecida e improvável, e por vezes risível.
O presente trabalho buscará encontrar através de provas irrefutáveis - na medida do possível - essas ligações perdidas e mostrar de maneira didática e simples a etimologia das palavras que são por vezes relegadas ao ostracismo acadêmico e não são estudadas devidamente.
Expressões Idiomáticas Brasileiras:
fu.le.rar [V. int.] - essa expressão característica do nordeste brasileiro, mais especificamente da Zona da Mata, teve origem bastante obscura por diversos anos até a introdução da pesquisa de campo em seu estudo etimológico. Essa idiomátema tem como origem nos arredores da cidade de Natal, na base militar apelidada de Parnamirim Field, durante o período da Segunda Guerra Mundial. Durante os anos de 1941 a 1946, milhares de americanos embarcaram em Natal para utilizar as bases militares Natal e Parnamirim, cedidas pelo governo brasileiro. A base Natal, por ser a mais importante e maior, tinha um controle bastante rígido de conduta e uma discrição que enchia de curiosidade a população local. Pouco distante dali, no povoado de Parnamirim, a base militar "Parnamirim Field" estava mais em contato com a sociedade, e muitos soldados acabavam por se misturar à ela de maneira lasciva e/ou irresponsável. "Eles vinham pras festa e ficava se bulinando com as meninas" (sic), rememora seu João Freitas, que na época era um garoto ainda. O trabalho etimológico nunca teria avançado caso a pesquisa com a população fosse relegada ao invés da pesquisa com documentos, pois "fulerar" viria dessa relação inusitada entre os militares americanos e a população local.
Assim como "forró" viria a ser uma corruptela de "For All", "fulerar" é também uma corruptela sonora de uma expressão em inglês. Nos idos da ocupação militar americana na base de Parnamirim, devido à reincidência de "escapadas" dos quartéis e de comportamento inadequado, ficaram famosas as reprimendas em alto e bom som dos oficiais que repetiam "Don't Fool Around" aos irresponsáveis soldados e funcionários. De "fool around" (lê-se fu-lâ-ráum) os nativos, por imitação, acabaram chegando ao atual "fulerar" ao repetir precariamente as reprimendas em tom de gozação, ou apenas como uma maneira de se sentir "superior" perante seus pares. Esse verbo-frasal inglês significa comportar-se de maneira irresponsável e sem cuidado para com as pessoas, uma coisa interessante, já que a sua corruptela manteve o mesmo significado.
Esse caso mostra o quão complexo é o estudo etimológico e como ele é uma maneira de descobrir como outras culturas se entremeiam no próprio tecido de outra sociedade, e se a linguagem é a expressão maior de uma dada cultura, é urgente e importantíssimo esse estudo. Aguardem para as próximas descobertas. [ism]
segunda-feira, janeiro 05, 2004
eu volto pra dizer que voltei
e então eu estou aqui, faltando quantos minutos eu queira para que eu vá tomar banho e me arrumar para o meu triunfal retorno à mediocridade da minha rotina "acadêmica" (aspas intencionais e significativas) e resolvo avisar aqui, logo aqui, que eu voltei. voltei de algum lugar? não porque eu nunca saí de onde eu sempre estou, mas vai lá, voltei aos grilhões e desígnios do calendário acadêmico do departamento de administração acadêmica da universidade federal de sergipe e isso nem seria digno de nota, porque aliás nada é digno de nota, pelo menos aqui. e pensando bem, ficar com um olho na bola e outro no gol é impensável pra mim que não jogo (não jogo nada, não sei jogar) mas eu tou de volta pensando em sair, esperando o oh-tão-esperado dia 22 de janeiro de 2004 para que eu vá lá trancar a matéria/curso/o que vier na cabeça na hora.
e o que vem na cabeça agora é pegar cada particulazinha de cada coisinha pequena e insolúvel, embrulhar num papelzão de presente amarelo e bem bonito, pôr um laço de fita vermelho e colar um tsuru na ponta, juntar tudo isso e mandar para a puta que los pariu, tocar fogo e destruir cada detalhe bonitinho num ritual pagão aos deuses celtas da colheita. porque, caralho, eu tenho que colher alguma coisa boa disso tudo. e foda-se se eu não faço mais sexo, ou se eu não tenho mais alguem que seja uam referência para mim, esse ano pelo menos eu tenho que tirar alguma coisa de proveito. ou pelo menos fazer um pouco de sexo de vez em quando.
mas voltando ao que eu queria dizer e ainda não disse: pelo menos o fim de ano foi lindo. não esteticamente lindo, porque um gordo de cueca dançando ou tomando banho de piscina nu está relegado às mais baixas castas estéticas da pirâmide social (e mandado de volta ao fim da fila de possíveis ganhadores de uma noite/tarde/30mins de sexo). mas o ano novo foi lindo. e foi sóbrio! ó surpresa! mas não é que pelo menos o "vício" que essas agruras e viadagens me impigiram foi embora? digo logo aqui, não me parabenizem por essa virada de mesa espetacular, por essa vitória sobre mim mesmo, porque não foi uma grande tomada de consciência e uma revolução moral que me fizeram parar de encher a cara até literalmente dormir na merda. todos os louros pro meu fígado que não aguenta mais nem tubaína fermentada. e bem, teve uma presença iluminada que me trouxe uns risinhos e uma alegria boa danada e uma falta muito sentida que me apertou e me deixou na mão quando essas coisas de saudade apertam e te deixam na mão. mas teve um ano novo de menos fogos de artifício que o ano passado, e menos choro-e-vela e comida gostosa do que o ano passado. mas foi lindo. foi molhado. foi cansado. e porra, foram 24 horas e alguns minutos de festa, esbórnia e destruição. to-ta-li-ty
e eu tou aqui ouvindo o carinha me dizer que eu tenho que tolerate all the people that eu hate, mas caralho, daqui a quantos minutos eu queira eu tenho que ir tomar banho e me encontrar com essa cambada toda que eu não odeio, mas que me fazem odiar a minha vida e tudo o que a circula. caralho, porra, cacete, porque, eu pergunto de novo, porque eu tenho que ir para um lugar que eu não quero, com pessoas que eu não quero, para estudar uma coisa que eu não quero para ser uma coisa que eu não quero? eu pergunto porque e quando chego lá, fico sentado no mesmo banco. esperando a mesma aula que nunca chega, e que na verdade já passou, e eu estava lá o tempo todo sentado. eu nem chego a ser isso.
oquei, decidi. hora de acabar o post e ir dormir. porque a universidade ainda vai estar lá amanhã.
leave me in bed, I dont wanna argue.
e então eu estou aqui, faltando quantos minutos eu queira para que eu vá tomar banho e me arrumar para o meu triunfal retorno à mediocridade da minha rotina "acadêmica" (aspas intencionais e significativas) e resolvo avisar aqui, logo aqui, que eu voltei. voltei de algum lugar? não porque eu nunca saí de onde eu sempre estou, mas vai lá, voltei aos grilhões e desígnios do calendário acadêmico do departamento de administração acadêmica da universidade federal de sergipe e isso nem seria digno de nota, porque aliás nada é digno de nota, pelo menos aqui. e pensando bem, ficar com um olho na bola e outro no gol é impensável pra mim que não jogo (não jogo nada, não sei jogar) mas eu tou de volta pensando em sair, esperando o oh-tão-esperado dia 22 de janeiro de 2004 para que eu vá lá trancar a matéria/curso/o que vier na cabeça na hora.
e o que vem na cabeça agora é pegar cada particulazinha de cada coisinha pequena e insolúvel, embrulhar num papelzão de presente amarelo e bem bonito, pôr um laço de fita vermelho e colar um tsuru na ponta, juntar tudo isso e mandar para a puta que los pariu, tocar fogo e destruir cada detalhe bonitinho num ritual pagão aos deuses celtas da colheita. porque, caralho, eu tenho que colher alguma coisa boa disso tudo. e foda-se se eu não faço mais sexo, ou se eu não tenho mais alguem que seja uam referência para mim, esse ano pelo menos eu tenho que tirar alguma coisa de proveito. ou pelo menos fazer um pouco de sexo de vez em quando.
mas voltando ao que eu queria dizer e ainda não disse: pelo menos o fim de ano foi lindo. não esteticamente lindo, porque um gordo de cueca dançando ou tomando banho de piscina nu está relegado às mais baixas castas estéticas da pirâmide social (e mandado de volta ao fim da fila de possíveis ganhadores de uma noite/tarde/30mins de sexo). mas o ano novo foi lindo. e foi sóbrio! ó surpresa! mas não é que pelo menos o "vício" que essas agruras e viadagens me impigiram foi embora? digo logo aqui, não me parabenizem por essa virada de mesa espetacular, por essa vitória sobre mim mesmo, porque não foi uma grande tomada de consciência e uma revolução moral que me fizeram parar de encher a cara até literalmente dormir na merda. todos os louros pro meu fígado que não aguenta mais nem tubaína fermentada. e bem, teve uma presença iluminada que me trouxe uns risinhos e uma alegria boa danada e uma falta muito sentida que me apertou e me deixou na mão quando essas coisas de saudade apertam e te deixam na mão. mas teve um ano novo de menos fogos de artifício que o ano passado, e menos choro-e-vela e comida gostosa do que o ano passado. mas foi lindo. foi molhado. foi cansado. e porra, foram 24 horas e alguns minutos de festa, esbórnia e destruição. to-ta-li-ty
e eu tou aqui ouvindo o carinha me dizer que eu tenho que tolerate all the people that eu hate, mas caralho, daqui a quantos minutos eu queira eu tenho que ir tomar banho e me encontrar com essa cambada toda que eu não odeio, mas que me fazem odiar a minha vida e tudo o que a circula. caralho, porra, cacete, porque, eu pergunto de novo, porque eu tenho que ir para um lugar que eu não quero, com pessoas que eu não quero, para estudar uma coisa que eu não quero para ser uma coisa que eu não quero? eu pergunto porque e quando chego lá, fico sentado no mesmo banco. esperando a mesma aula que nunca chega, e que na verdade já passou, e eu estava lá o tempo todo sentado. eu nem chego a ser isso.
oquei, decidi. hora de acabar o post e ir dormir. porque a universidade ainda vai estar lá amanhã.
leave me in bed, I dont wanna argue.
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