o homem talvez não fosse homem se não fosse a sua capacidade de transponer e construir elaboradíssimas barreiras. vejam a grande muralha da china, por exemplo. até então a maior construção humana que pode até ser vista do espaço (tá, não pode. mas deixa o clichê por hoje). uma barreira gigantesca que impediu, ou melhor, atrapalhou os mongóis de botarem para chegar lá para as bandas dos amarelinhos por um bom tempo.
as barreiras e os homens são imanentes e inerentes um ao outro (que bonito!). e não falo só das barreiras físicas, mas as morais, sociais, imaginárias, físicas, químicas, biológicas e - porque não? - psicológicas.
o homem cria barreiras para os outros ao mesmo tempo que tenta atravessar as barreiras que os outros constroem. veja no exemplo anterior que os chineses fizeram uma monumental obra de engenharia que foi monumentalmente falha contra o pequeno Khan. e podemos ir mais além e encontrar outros exemplos, como as mebranas celulares, as barreiras de mielina, os esfincters e o hímen e mudando de plano, os traumas e todas as norminhas sociais para um convívio correto e civilizado.
e toda essa introdução estapafúrdia e desnecessária foi apenas para chegar de maneira quase inteligente ao assunto do post: a barreira dos vinte anos.
o que é a barreira dos vinte anos? bem, se você possui menos de vinte anos, me desculpem, mas talvez nunca vocês entendam. pros velhinhos que freqüentam esse blog esse assunto não só é senso comum, como é também um tópico delicado.
a barreira dos vinte anos não é uma das barreiras rompíveis do ser humano, mas é uma das construídas involuntariamente e instransponível dentro da moralidade vigente. mas porque isso? ao término do décimo nono ano de vida, as pessoas misticamente digivolvem para um novo ser. você já acorda no próximo dia cansado, com rugas e rusgas com a vida. é uma passagem inescapável, que você tem que cruzar natoralmente e sem vaselina. você, depois desse hoje é velho. sim, velho. caquético. decadente. esclerosado. um velho.
esqueça suas atividade de adolescente e sua diversãozinha inocente. suas preocupações agora vão mais além do que queimar neurônios com o apelido que vão te botar depois que viram que você usa cuecas velhas. você não é mais adolescente. velho, lembre-se disso. e se você pensa que ainda é, pior ainda. é um velho babaca. você está muito mais perto dos quarenta do que dos dez anos. segunda dezena passada, já era.
e disso resulta algumas conseqüências. relacionamentos com pessoas do outro lado? nem pensar. pedofilia é crime e dá cadeia. e é inaceitável tanto moralmente como...uhm...bem, é inaceitável relacionamentos amorosos com pessoas de menos de vinte anos. se algumas pessoas o fazem, é apenas uma maneira tola de tentar se enganar da idade que tem. aprume-se! volta pro teu canto, ô velhote! qualquer tentação ou qualquer inclinação praquele gatinho do terceiro ano ou praquela ninfetinha de 19 anos na capa da playboy são moralmente inaceitáveis. get over it.
agora que o seu campo de caça está mais limitado, você deve aprender a caçar mais eficientemente. e o que faz um garotinho ou uma garotinha lubrificar o pijama não funciona mais, meus queridos. cantadas mais elaboradas, ou pelo menos mais sutis. e é claro, sempre estar alerta para a possibilidade de mais e mais foras e desencontros. porque? ora, porque o mundo é injusto e você não pode fazer nada para melhorar isso. e sempre tendo em mente o pensamento de que, se aos vintes não deu certo, já comece a treinar sua assinatura com "titia" na frente. sejamos realistas.
mas nem tudo é horrível ao chegar desse lado do muro. assim como não era tão ruim do lado ruim do muro de berlim, existe espaço para otimismo. por exemplo, você agora será admirado por um séquito de menininhos. se não admirado, pelo menos agradeça por ser respeitado. talvez você seja até chamado de "tio". lagriminhas rolarão, eu garanto. maturidade, responsabilidade, relevância. são palavras que até que enfim farão sentido (e não servirão apenas para enganar na redação do vestibular) e talvez sejam a linha permeadora de suas ações...ou não.
é amiguinhos, é um momento tipicamente traumático (e como foi pra mim...) mas deve ser encarado com a cabeça erguida e com pressa de viver. lembre-se que se você não fizer nada de importante antes do trinta você jamais fará algo grandioso, como já disse nosso amiguinho einstein (que fez o que fez ainda na segunda dezeninha).
mas bem, agora nesse momento uma barreira mental me impede de continuar no meu texto. então fico por aqui.
e até a próxima criançada.
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