Olhem para mim eu ali sentado. Na extrema falta de urgência preguiçosa e lenta. Mascando os próprios dentes, roendo a própria boca. Tossindo ou bocejando. Ou olhem para mim ali andando. Levando as pernas na barriga, arrastando os passos para onde o nariz aponta. As mãos procurando algo inexistente nos bolsos, os olhos apenas alertas para obstáculos no caminho. Os olhos apenas abertos.
Eu fico reparando em mim mesmo quando eu passo ali na frente. Ou quando eu senti ali ao lado. Ou no vai-e-vem na minha frente, sem rumo. Eu indo lá longe de mim.
É engraçado eu andando distraído, remoendo todo o dia largado nas costas, gritando com os braços e pernas e calado com os olhos e a boca. Eu às vezes observo essa cena, me posiciono no caminho e estiro minha perna hostil numa rasteira danada! Que tropeço! Vivas e palmas para a queda desse império!
Eu caio, rompo o rosto sisudo e vago com aquele riso envergonhado e tímido, ergo todo o império das poerias das vidas terrestres, limpo o corpo do pó e sujo a alma com a queda. E então vou embora correndo!
É engraçado...
30/09/2003
hoje a aula pelo menos foi produtiva
Nenhum comentário:
Postar um comentário
E aí?